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Domínio de facções impacta economia, política e vida social de milhões de brasileiros

A presença das facções no cotidiano da população vai muito além da violência armada

Por Pereira Jr. • Articulista Polí­tico

28/08/2025 às 15:35

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Imagem O avanço da governança criminal tem reflexos diretos na economia

O avanço da governança criminal tem reflexos diretos na economia ‧ Foto: redes sociais

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Um estudo recente trouxe à tona um dado alarmante: 26% da população brasileira — cerca de 50,6 milhões de pessoas — está submetida às regras impostas por facções criminosas. Esse índice coloca o Brasil como líder na América Latina em “governança criminal”, superando países como Costa Rica (13%) e Honduras (11%).

A presença das facções no cotidiano da população vai muito além da violência armada. Elas controlam territórios, impõem regras de convivência, influenciam decisões eleitorais e chegam a substituir o Estado em funções básicas, como segurança e arbitragem de conflitos. Esse domínio cria uma espécie de “paralelo jurídico e social”, onde milhões de cidadãos vivem sob leis que não foram democraticamente instituídas.


Se por um lado pesquisadores apontam que a governança criminal pode reduzir índices de homicídios em determinadas regiões — como ocorreu em São Paulo nos anos 2000, durante o fortalecimento do PCC —, por outro, esses períodos de estabilidade podem ser interrompidos por explosões de violência ainda mais devastadoras.


O avanço da governança criminal tem reflexos diretos na economia. Além do prejuízo causado por atividades ilícitas, como tráfico e extorsão, o controle territorial por facções limita investimentos, desvaloriza imóveis em áreas dominadas e compromete a geração de emprego e renda. Pequenos comerciantes, em muitas comunidades, tornam-se reféns de taxas impostas por grupos criminosos, o que cria um ambiente de insegurança jurídica para a atividade econômica.

O estudo também desmonta a ideia de que as facções prosperam apenas em territórios de ausência estatal. Os exemplos de São Paulo e Rio de Janeiro, regiões com forte presença do poder público, demonstram que a raiz do problema não está apenas na ausência de policiamento, mas na fragilidade das políticas sociais, na corrupção e na ineficiência de instituições democráticas.


A dificuldade de acesso a áreas controladas pelas facções, segundo os autores, sugere ainda que os números possam estar subestimados, tornando o cenário real possivelmente mais grave.


O levantamento posiciona o Brasil como epicentro da atuação de facções na América Latina, consolidando uma ameaça não apenas à segurança pública, mas também ao desenvolvimento social e econômico do país.

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