
24/11/2025 às 21:16
O Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB), realizou nesta segunda-feira (24) o Encontro do Projeto Maternidades - Prematuridade, no Hospital da Mulher D. Creuza Pires, em João Pessoa. A atividade foi conduzida junto com a Fiocruz, que integra o projeto e contribui para a qualificação técnica das ações, reunindo profissionais de maternidades estaduais e municipais para discutir práticas assistenciais e apresentar o protocolo de imunização para prematuros desenvolvido no Hospital da Mulher, documento que servirá como modelo para toda a rede.
A programação do encontro contou com apresentações técnicas sobre prematuridade, discussão das coberturas vacinais, treinamento do Manual do CRIE, apresentação do protocolo elaborado pelo Hospital da Mulher e orientações sobre imunobiológicos especiais. As equipes também participaram de um treinamento técnico sobre a imunização do recém-nascido prematuro, com destaque para o uso do Nirsevimabe a partir de fevereiro de 2026, anticorpo monoclonal (desenvolvidos em laboratório para atacar alvos específico) utilizado na prevenção do Vírus Sincicial Respiratório (VSR).
A chefe do Núcleo Estadual de Imunizações da SES-PB, Márcia Mayara Fernandes, explicou que o documento foi desenvolvido pelas equipes técnicas estaduais em conjunto com o Hospital da Mulher, com o propósito de padronizar as condutas e garantir continuidade do cuidado. “Estamos no Hospital da Mulher para apresentar o protocolo de vacinação do prematuro. O objetivo é garantir a vacinação e o acompanhamento do esquema vacinal desde a internação até a alta hospitalar, com continuidade nas unidades de saúde. Esse documento padroniza fluxos e condutas, e nossa expectativa é implementá-lo em todas as maternidades que realizam partos de prematuros em 2026”, afirmou.
Durante o evento, os profissionais discutiram ainda as especificidades do calendário de imunização do prematuro, como a administração das vacinas por idade cronológica, as particularidades da BCG, da hepatite B e das pneumocócicas, além de estratégias para enfrentar a hesitação vacinal entre pais e familiares. Foi reforçado que a imunização precoce é essencial e que, na Paraíba, a cobertura de BCG nas maternidades alcançou 100,25% e a de Hepatite B chegou a 99,29%, demonstrando a capilaridade da rede e a garantia de proteção já nas primeiras horas de vida. O debate também destacou que o prematuro, por ter sistema imunológico imaturo, depende ainda mais dessa vacinação oportuna.
De acordo com o diretor técnico do Hospital da Mulher, Eguimar Fernandes, a qualificação das equipes e o uso de protocolos clínicos fortalecem o cuidado neonatal e têm impacto direto na redução da mortalidade infantil. Nosso hospital alcançou 99% de vacinação de recém-nascidos, o que reforça o compromisso do estado com a proteção desde as primeiras horas de vida”, explicou.
As discussões também abordaram a importância da organização dos fluxos assistenciais dentro das maternidades, garantindo que o acompanhamento do prematuro considere suas vulnerabilidades imunológicas, fatores de risco e a necessidade de seguimento rigoroso após a alta. O novo protocolo estadual, segundo as equipes, deve contribuir para melhorar a segurança da assistência, qualificar a tomada de decisão clínica e fortalecer o cuidado integral ao prematuro.
Representando a Fiocruz, a médica Maria de Lourdes Maia ressaltou a importância do acompanhamento contínuo desses bebês para sua plena inserção no calendário vacinal. “O prematuro precisa de um olhar científico mais próximo. Não basta receber uma vacina na maternidade; é necessário acompanhamento até que ele esteja totalmente inserido no calendário vacinal. Esse protocolo é essencial para reduzir a mortalidade infantil, porque não se trata apenas de disponibilizar o imunizante, mas de garantir seu uso adequado. E o prematuro precisa ainda mais, pois nasce com o sistema imunológico imaturo”, destacou.
Ao longo do encontro, foi reforçado que a adoção do protocolo estadual deve resultar em serviços mais organizados, equipes capacitadas e rotinas assistenciais mais seguras. A expectativa das instituições envolvidas é que a medida contribua para ampliar a cobertura vacinal dos prematuros, reduzir a hesitação das famílias e fortalecer a estrutura de cuidado, impactando diretamente na redução de complicações e na morbimortalidade desse público. A atividade reuniu profissionais da SES-PB, Hospital da Mulher, Fiocruz, CRIE-MAG/RJ, Programa Nacional de Imunizações e Cosems-PB, qualificando a assistência à gestante, ao recém-nascido e fortalecendo o cuidado ao prematuro em toda a rede pública de saúde.
Fonte: Repórter PB
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