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Encontro entre MDB e PT altera rota política e pressiona base governista na Paraíba

O avanço das conversas, confirmado pela própria Cida Ramos, revela que o PT está diante de uma encruzilhada política

Por Pereira Jr. • Articulista Polí­tico

21/11/2025 às 13:10

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Imagem Cida Ramos, Cicero Lucena, e Veneziano

Cida Ramos, Cicero Lucena, e Veneziano ‧ Foto: divulgação

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O encontro realizado nesta sexta-feira (21) entre o prefeito de João Pessoa e pré-candidato ao Governo do Estado, Cícero Lucena (MDB), o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) e a presidente estadual do PT, deputada Cida Ramos, marca um dos gestos mais significativos da pré-eleição 2026 na Paraíba. A iniciativa, que levou à mesa a possibilidade de participação formal do PT na chapa majoritária liderada pelo MDB, tem potencial de provocar mudanças profundas nas estruturas de aliança dentro do estado.

O avanço das conversas, confirmado pela própria Cida Ramos, revela que o PT está diante de uma encruzilhada política. De um lado, o partido integra a base do governador João Azevêdo (PSB), que apoia o vice-governador Lucas Ribeiro (PP) para a sucessão estadual. De outro, recebe uma oferta concreta para compor a chapa encabeçada por Cícero Lucena, figura que busca encorpar seu palanque com apoios de maior densidade eleitoral e programática.

A movimentação favorece o MDB por dois motivos centrais:Fortalecimento da narrativa de amplitude política, ao atrair um partido estruturado nacionalmente e com grande capilaridade social. Desestabilização do bloco governista, que já enfrenta tensões internas entre PSB, PP e lideranças petistas que não escondem desconfortos com a costura atual.

Para o PT, a equação é mais delicada. Uma eventual migração para o projeto emedebista significaria romper com a aliança que sustenta o governo João Azevêdo, expondo o partido a fissuras internas e exigindo alinhamento com a direção nacional. O sinal de abertura dado por Cida Ramos indica que a discussão será pragmática: programa, papel na chapa e garantias políticas.

Politicamente, o gesto coloca pressão direta sobre o governador João Azevêdo, que precisará realinhar sua base e avaliar o grau de coesão entre PSB, PP e PT. O movimento também mexe com o vice-governador Lucas Ribeiro, que tinha, até então, expectativa de uma construção mais pacificada.

No cenário macro, o encontro inaugura uma nova fase no tabuleiro paraibano. MDB e PT, se selarem acordo, reconfiguram o jogo, podendo atrair outros partidos orbitantes e reiniciar uma rodada de negociações entre todas as forças com pretensões ao governo.

O gesto não consolida um acordo, mas abre uma porta — e, na política paraibana, portas abertas tendem a redefinir caminhos.

Por Pereira Júnior 

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