
03/12/2025 às 08:34
Uma nova paralisação de caminhoneiros voltou ao centro do debate nacional nesta quinta-feira (4). Grupos de motoristas de várias regiões do país anunciaram disposição para cruzar os braços, alegando desgaste acumulado pela falta de valorização, baixa remuneração, insegurança nas estradas e um marco regulatório que, segundo eles, não reflete a realidade do transporte de cargas. O movimento, que não se declara político, reivindica estabilidade contratual, revisão de normas e aposentadoria especial.
Apesar da mobilização ganhar força em diversas frentes, a classe permanece dividida. Entidades de regiões como a Baixada Santista afirmam que não reconhecem a convocação e apontam possível influência política, reforçando que nenhuma assembleia foi realizada — requisito básico para uma decisão dessa amplitude. A falta de consenso acende o alerta para um cenário incerto.
A lembrança da greve de 2018 — que parou o país por 10 dias e provocou desabastecimento generalizado — aumenta a preocupação sobre novos impactos. Uma paralisação nacional pode afetar o abastecimento de combustíveis, encarecer alimentos, prejudicar o transporte urbano, comprometer hospitais e interromper cadeias produtivas inteiras. Em poucas horas, a economia sentiria os primeiros reflexos.
Na Paraíba, o presidente do Sindconpetro-PB, Emerson Galdino, descartou adesão imediata. Ele afirmou que a convocação surgiu de forma “apressada” e sem os ritos legais da categoria — como assembleia ou pauta votada. Emerson destacou o peso estratégico dos caminhoneiros de combustíveis, capazes de parar o Estado em 72 horas, como ocorreu em 2018. O sindicalista também relatou as dificuldades emocionais e familiares enfrentadas pela categoria, mas declarou que o movimento atual tem “cunho político” e não representa todos os segmentos. Uma paralisação organizada, no entanto, pode ocorrer futuramente.
Fonte: Repórter PB
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