08/10/2025 às 16:32
João Azevedo, e Deusdette Queiroga ‧ Foto: Divulgação
A confirmação do governador João Azevêdo de que o sousense Deusdete Queiroga é um dos nomes cotados para ocupar a vaga no Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), abre um novo capítulo no tabuleiro político do governo e aponta um traço característico da gestão socialista: premiar a lealdade como ativo político.
A eventual indicação de Deusdete não seria apenas um gesto técnico — seria, acima de tudo, um movimento político calculado, que fortalece o campo de influência do Palácio da Redenção dentro de um dos órgãos mais estratégicos do Estado. O TCE é, afinal, o guardião das contas públicas e atua diretamente na fiscalização das gestões estaduais e municipais, o que torna sua composição uma questão de poder, não apenas de competência.
Sousense, engenheiro e gestor de carreira, Deusdete Queiroga é conhecido pela postura técnica, discreta e pela fidelidade ao governador João Azevêdo. Desde o início do governo, ele ocupou cargos de alta confiança, sendo um dos secretários mais longevos da atual gestão. Azevêdo reconhece nele um aliado de perfil institucional e sem ambições eleitorais — características ideais para uma vaga vitalícia e que preserva o equilíbrio político do governo.
A escolha de Deusdete, portanto, representa a valorização da confiança pessoal acima de arranjos partidários momentâneos. É uma nomeação que garantiria ao governador tranquilidade e continuidade na interlocução com o Tribunal de Contas, especialmente em um período em que o governo busca consolidar sua marca administrativa e encerrar o mandato sem turbulências.
Nos bastidores, entretanto, a disputa pela cadeira que será deixada por Fernando Catão desperta forte interesse político.
Nomes de peso já circulam — entre eles Tião Gomes, Branco Mendes, Taciano Diniz, Tovar Correia Lima e até o presidente da Assembleia, Adriano Galdino. Cada um representa uma ala, um grupo e uma leitura distinta de poder.
Caso o governo opte por um nome político, a base governista pode enfrentar fissuras internas e um realinhamento de forças na Assembleia Legislativa, responsável por aprovar a indicação. Mas ao apostar em um perfil técnico como Deusdete, João Azevêdo mantém a unidade e sinaliza pragmatismo, evitando desgastes e consolidando a imagem de gestor equilibrado.
A ida de Deusdete Queiroga ao Tribunal de Contas, caso se confirme, representará a consagração de uma trajetória marcada pela confiança e pela moderação — valores que o governador Azevêdo cultiva em seu círculo de poder. Além disso, garantiria ao PSB uma presença sólida no controle externo, num momento em que o Estado se prepara para um novo ciclo político em 2026.
Para João Azevêdo, seria um movimento de estabilidade institucional e preservação de legado. Para Deusdete, o coroamento de uma vida pública sem escândalos e com a marca da competência técnica. Para os demais atores políticos, um lembrete claro: no governo socialista, a lealdade continua sendo o caminho mais curto para o poder.
Por Pereira Júnior
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