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Guerreiro

Bebê que passou por cirurgia cardíaca de alta complexidade aos 16 dias de vida recebe alta do Hospital Metropolitano

A família de Miguel, residente da Zona Rural de João Pessoa, viveu dias de apreensão e esperança desde que o bebê, nascido em 9 de agosto, deu entrada no hospital, em 14 de agosto.

Da Redação Repórter PB

16/09/2025 às 16:20

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Imagem Cirurgia de alta complexidade em criança no Metropolitano

Cirurgia de alta complexidade em criança no Metropolitano ‧ Foto: Reprodução

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Uma história de fé, resiliência e o avanço da medicina paraibana. Assim pode ser definida a jornada de Miguel Vicente, um bebê que nasceu com uma doença cardíaca grave e, aos 16 dias de vida, passou por uma cirurgia de alta complexidade no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, unidade da rede estadual de saúde gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde). Um mês e um dia após a internação, o pequeno guerreiro recebeu alta nesta segunda-feira (15), emocionando a todos e marcando um novo capítulo na história da cardiologia pediátrica no estado.

A família de Miguel, residente da Zona Rural de João Pessoa, viveu dias de apreensão e esperança desde que o bebê, nascido em 9 de agosto, deu entrada no hospital, em 14 de agosto. A médica Lara Dantas, coordenadora da cardiologia pediátrica do hospital, explicou a condição de Miguel. “Ele nasceu com uma doença muito grave, potencialmente letal, que é a transposição das grandes artérias. Os vasos dele nasceram trocados dentro do coração, o que impossibilita o desenvolvimento normal do órgão. Além disso, quando ele chegou no Metropolitano, identificamos que ele tinha também uma anomalia da coronária, que é uma associação rara e que torna o procedimento cirúrgico para ajuste das artérias ainda mais difícil”, explicou.

No dia 26 de agosto, quando Miguel tinha apenas 16 dias de nascido, ele entrou na sala de cirurgia do Hospital Metropolitano para passar por uma cirurgia de Jatene, batizada em homenagem ao médico brasileiro Adib Jatene, que desenvolveu a técnica para correção dos vasos. O médico cirurgião cardiológico Daniel Magalhães foi quem realizou a cirurgia, que durou mais de nove horas, sendo quatro delas com o coração parado.

“É imprescindível que essa cirurgia seja realizada ainda nos primeiros dias de vida. Ela foi desenvolvida pelo médico e professor Adib Jatene e ganhou notoriedade mundial. Consiste em uma cirurgia para trocar de posição os vasos cardíacos, junto com as artérias coronárias, que são extremamente delicadas nessa faixa etária. No caso particular de Miguel, que tinha a variante anatômica, fez com que o procedimento fosse ainda mais complexo. E tudo isso nós conseguimos fazer com sucesso graças a uma estrutura multidisciplinar organizada e capacitada, com disponibilidade de equipamentos de ponta”, disse o profissional.

Esta foi a primeira cirurgia de Jatene realizada no Hospital Metropolitano, que agora passará a receber pacientes que precisam passar por este procedimento. “Essa cirurgia é um importante marco para a medicina paraibana, porque nossas crianças, até então, eram transferidas para outros estados, e a partir de agora, podem ter acesso a esse tratamento perto de casa. Essa, como outras cirurgias extremamente complexas na faixa etária neonatal, são um desafio constante para qualquer serviço no Brasil e no mundo e, por isso, poucos centros estão habilitados. Por isso ressalto o trabalho em equipe e a dedicação de todos os envolvidos para o sucesso da operação”, concluiu Daniel.

Miguel teve alta da UTI para enfermaria 12 dias após a cirurgia, e em pouco mais de uma semana recebeu alta e agora volta para casa com a família. “Miguelzinho foi um guerreiro por passar por isso tão novo na vida, e a gente fica muito feliz de acompanhar a evolução dele durante todo esse processo. Hoje cumprimos nossa missão de entregá-lo saudável para a família e, com o sucesso da operação, ele deve evoluir como um bebê normal”, disse a médica Lara Dantas.

A mãe de Miguel, Elaine Vicente, só tem a agradecer. “Sou muito grata a Deus por estar levando meu filho para casa com saúde. Também tenho uma gratidão imensa ao Hospital Metropolitano e a toda a equipe, pelo cuidado e a atenção com meu filho”, disse.

Miguel foi para casa na companhia da mãe e da avó, Paula Andréa, que também agradeceu a equipe pelo cuidado com o neto. “Hoje é um dia abençoado, me emociono até de falar, porque foram dias difíceis. Eu achei que ia perder o meu neto, mas Miguel foi um guerreiro, muito forte, que com as orações da família e o pensamento positivo da equipe maravilhosa deste hospital, se recuperou bem e hoje vai para casa conosco, cheio de vida e esperto”, completou.

Para a diretora geral do Hospital Metropolitano, Louise Nathalie, o caso do pequeno Miguel é um exemplo emocionante do impacto direto da missão do hospital e da PB Saúde na vida das famílias paraibanas.

“Ver um bebê tão jovem superar uma cirurgia de alta complexidade como a de Jatene, que agora realizamos aqui, é a materialização do nosso compromisso. Nosso maior objetivo é devolver aos braços de seus familiares, com saúde e esperança, cada paciente que nos é confiado, reforçando o Metropolitano como um centro de excelência e referência para a cardiologia adulta e pediátrica em nosso estado”, disse.

Fonte: Repórter PB

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