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Haddad diz que crime utiliza empresas nos EUA para lavagem de dinheiro

Rádio Agência

27/11/2025 às 14:10

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira que o crime organizado faz uso de empresas nos Estados Unidos para realizar lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

A declaração de Haddad foi feita em referência ao grupo Refit, alvo de uma megaoperação contra fraudes fiscais no setor de combustíveis. O grupo possui uma dívida de R$ 26 bilhões em impostos e teria movimentado mais de R$ 70 bilhões entre 2024 e 2025.

A companhia é investigada por usar empresas, fundos de investimentos e offshores, incluindo uma exportadora fora do Brasil, para ocultar e blindar lucros. O ministro Fernando Haddad afirmou que levou ao presidente Lula a necessidade de incluir o combate ao crime organizado nas negociações com os Estados Unidos:

"Chegamos a chegar ao presidente Lula a necessidade de, nas negociações com os Estados Unidos, pautar o combate ao crime organizado, porque eles estão utilizando o estado de Delaware, que é um paraíso fiscal nos Estados Unidos, para montar operações lá de evasão de divisa e lavagem de dinheiro. Então, são abertas empresas lá, são dezenas de empresas e fundos que estão sendo abertos fora do Brasil", falou.

Outro tema em discussão com os americanos será o combate à lavagem de dinheiro e a exportação ilegal de armas para o Brasil:

"A Receita apreende também, por meio dos scanners, por meio dos procedimentos, e encontra várias peças de armamento no meio de containers de commodity, por exemplo, ou de mercadorias comuns. Tem lá no meio uma série de equipamentos de arma de fogo ou para peças de reposição, ou equipamento todo, que chega pronto para a utilização do crime organizado", disse.

Por causa da operação, o ministro voltou a pedir a aprovação do Projeto de Lei do Devedor Contumaz, que foi aprovado no Senado e está na Câmara dos Deputados. O texto traz regras mais rígidas para empresas que usam a inadimplência fiscal como estratégia para deixar de pagar impostos de forma reiterada e sem justificativa.

"É um trabalho que nós estamos fazendo há três anos. Nós aperfeiçoamos o texto, nós incluímos na Lei do Devedor Contumaz uma série de benefícios para o bom contribuinte, justamente para separar o joio do trigo. Lembrando que 99% vão ter a proteção da lei e 1%, nós vamos inibir a prática ilícita em atividades econômicas com a aparência de atividade lícita. Vamos inibir essas práticas criminosas e vamos proteger o bom contribuinte que vai receber outros benefícios que a lei prevê", completou.

Segundo Haddad, a Polícia Federal vai atuar na recuperação de ativos no exterior e na criminalização de pessoas não residentes no Brasil, possivelmente com a mobilização da Interpol.

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