23/09/2025 às 15:38
O Governo Federal e o Incra têm prazo de 24 meses para regularizar os territórios de comunidades quilombolas no interior do Maranhão. A decisão é da Justiça Federal.
Segundo a sentença, o Incra — Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária — deve reconhecer oficialmente os territórios de Pulgão e Campo Rio, no município de Itapecuru-Mirim, a pouco mais de 100 quilômetros de São Luís. O reconhecimento deve ser feito com título registrado em cartório, e o Instituto também deve informar a localização exata e estabelecer os limites dessas terras.
Durante o processo, o Incra tem até um ano para concluir os Relatórios Técnicos de Identificação e Delimitação das duas comunidades. E, em no máximo quatro meses, deve instalar marcos físicos e placas provisórias nos limites da área reivindicada — ou onde esses limites forem estimados.
A decisão também determina que, nos próximos dois anos, o Incra promova a remoção legal de ocupantes não quilombolas que estejam dentro dos territórios de Pulgão e Campo Rio.
A Justiça entendeu ainda que a União tem responsabilidade pela falta de políticas públicas que garantam a regularização das terras quilombolas. Por isso, determinou que o Governo Federal adote, em até seis meses, medidas que viabilizem as ações atribuídas ao Incra.
Por fim, a Justiça confirmou uma liminar concedida anteriormente. A decisão inclui multa diária de R$ 500, a ser aplicada após o fim do prazo estabelecido.
De acordo com o Ministério Público Federal, o processo de regularização dessas terras está parado há cerca de oito anos. Os territórios foram certificados pela Fundação Cultural Palmares em 2015, e o processo fundiário foi protocolado em 2017.
O MPF afirma que o Incra já se manifestou no processo. Informou que não conseguiu concluir os relatórios técnicos por falta de orçamento e de pessoal qualificado.
A nossa produção tentou contato com a União, pois o Incra depende de recursos e estrutura para cumprir essa determinação, mas não obteve resposta.
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