Tarifaço: Alckmin vai ao México buscar novos mercados para o Brasil

Em busca de ampliar as relações comerciais, o vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, viajou nesta terça-feira (26) para o México, onde vai se encontrar com a presidente do país, Claudia Sheinbaum. O encontro vai ser na próxima quinta-feira (28), na capital Cidade do México, no Palácio Nacional, e vai ocorrer em meio à sobretaxa que os Estados Unidos impuseram aos produtos brasileiros.

A viagem de Alckmin foi citada pelo presidente Lula, na reunião ministerial desta terça, em Brasília. No encontro, horas antes de embarcar para o México, Alckmin mencionou a busca por mais diálogo e por novos mercados, como forma de lidar com o tarifaço que ele considera “injustificável”.

"É totalmente injustificado, porque dos 20 países do G20, só três os Estados Unidos tem superávit: Brasil, Reino Unido e Austrália. E este ano, a nossa exportação para os Estados Unidos cresceu 4,2%. A deles para nós 12,6%. Então, é uma coisa totalmente fora dos parâmetros. O presidente Lula tem orientado diálogo permanente, soberania, Brasil não abre mão da sua soberania, estado de direito, separação dos poderes, que é a peça basilar do Estado de Direito e ao mesmo tempo negociação e diálogo para a gente corrigir essa absoluta distorção da política regulatória".

Com 20 dias de tarifaço em vigor, no Brasil, Alckmin apresentou números: mais de 30% dos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos já estão sendo atingidos pela medida.

"41,3% estão excluídos da tarifa de 40%: avião, suco de laranja, ferro liga. 23,2% na sessão que nós estamos com o mundo inteiro juntos: aço, alumínio e cobre, é 50%, mas para o mundo inteiro, não perdemos competitividade. Automóvel e autopeças, 25%, mas é para o mundo inteiro. Aí temos realmente 35,6% que injustificadamente nós temos 10% mais 40%, o que dá os 50% do tarifário".

Na comitiva, além do vice-presidente, uma extensa lista de representantes brasileiros que vão negociar parcerias, como os ministros Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária, e Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento. Também participam representantes da ApexBrasil, Conab, Anvisa, Ministério da Saúde, Fiocruz e Instituto Butantã. Empresários e integrantes da Confederação Nacional da Indústria também seguem para a missão.

A agenda de Alckmin no México vai ser na quarta e na quinta, com encontros com autoridades do governo mexicano e empresários dos dois países. O encontro com a presidente Claudia Sheinbaum vai ser na quinta.

No ano passado, a relação comercial entre Brasil e México ultrapassou os US$ 13 bilhões. Mais da metade foi de produtos que o Brasil exportou para o México, a exemplo de automóveis de passageiros, carnes de aves e miudezas e veículos para transporte de mercadorias. Por outro lado, o Brasil importou do México, em 2024, quase SEIS bilhões de dólares em produtos como peças e acessórios de carros, veículos automóveis de passageiros e veículos automóveis para transporte de mercadorias.