22/05/2025 às 15:25
Marcelo Queiroga, Presidente do PL na Paraiba ‧ Foto: Divulgacão
O cenário político da Paraíba começa a movimentar suas peças com vistas às eleições de 2026. Em uma declaração que repercutiu nos bastidores, o ex-ministro da Saúde e atual presidente estadual do PL, Marcelo Queiroga, deixou clara a possibilidade de uma reaproximação com o PP e o Republicanos, partidos que integraram a base de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022 — e que podem, novamente, figurar no mesmo palanque.
A declaração ocorre poucos dias após o procurador da Fazenda Nacional e pastor da Igreja Cidade Viva, Sérgio Queiroz, alertar sobre os movimentos nacionais da federação PP/União Brasil e a possível indicação de Ciro Nogueira como vice em uma eventual chapa com Bolsonaro ou um nome por ele apoiado.
Ao comentar o tema, Queiroga não apenas endossou a leitura, como admitiu publicamente a intenção de abrir diálogo com nomes centrais da política paraibana, como o atual vice-governador Lucas Ribeiro, a senadora Daniella Ribeiro e o deputado federal Aguinaldo Ribeiro — desde que o impasse envolvendo o governador João Azevêdo (PSB) seja superado.
“Essa aliança com João Azevêdo dificulta um diálogo nosso hoje com o PP. Mas se essa questão for superada — ou seja, João se ligar ao seu verdadeiro aliado que é Cícero Lucena — não há problema nenhum de dialogar com o futuro governador Lucas Ribeiro, com a senadora Daniella Ribeiro e com o deputado Aguinaldo Ribeiro”, pontuou Queiroga.
A fala revela um reposicionamento estratégico do PL, que busca ampliar seu arco de alianças no estado a partir da composição nacional bolsonarista, que deverá manter os mesmos pilares da campanha de 2022: conservadorismo, força nas redes e aliança com o centrão pragmático.
Além de lançar dúvidas sobre a coesão da base do governador João Azevêdo, Queiroga afirmou que “há muita água para rolar na política paraibana” e deu sinais de que vê um possível racha na atual estrutura governista, com o surgimento de novos atores — ou, como definiu, players — para o próximo ciclo eleitoral.
“A nossa aliança nacional terá uma composição semelhante à de 2022. Não descarto a possibilidade de diálogo com forças partidárias de centro que apoiam o presidente Bolsonaro”, reforçou o ex-ministro.
A possível reaproximação entre PL e PP na Paraíba esbarra, hoje, na aliança estadual entre os Ribeiro e João Azevêdo — uma equação que, segundo Queiroga, poderá ser redesenhada caso haja reconfiguração no posicionamento político do governador.
As declarações do presidente do PL, sem dúvida deixam evidente que o partido não pretende apenas defender pautas ideológicas, mas também reposicionar-se como força central na disputa de 2026, dialogando com antigos aliados e observando brechas dentro do bloco governista. O tic tac do relógio eleitoral já disparou há tempo na Paraíba.
Por Pereira Júnior
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