04/09/2025 às 21:20
O Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, unidade da rede estadual de saúde referência em cirurgias cardiovasculares na Paraíba e gerenciado pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), celebrou, na quarta-feira (3), a alta de Ana Cláudia Moreno, de 38 anos, moradora de João Pessoa, que passou por um transplante cardíaco realizado em 31 de julho de 2025.
Ana Cláudia enfrentou por oito anos a cardiomiopatia periparto, uma condição agravada por uma predisposição genética à miocardiopatia dilatada, que a deixou com uma fração de ação cardíaca de apenas 11%. "Eu não conseguia fazer nada, sequer tomar banho, estava muito ruim, eu tinha medo de não dar tempo de ter um coração novo para mim", relata a paciente, emocionada. "Agora eu penso em tentar viver minha vida normal, fazer minhas coisas, cuidar dos meus filhos e sair, que eu não podia nem ir à esquina, não podia nem visitar a família porque não aguentava. Estou com saudade de todo mundo e não vejo a hora de encontrar todos novamente."
A cardiologista Tauanny Frazão, que acompanhou Ana Cláudia, destacou a complexidade do caso. "Ana Cláudia é uma paciente muito jovem que lutou por longos 8 anos contra a cardiomiopatia periparto. Além disso, no teste genético ela tem uma predisposição a miocardiopatia dilatada. Então isso mostra aí o prognóstico mais reservado, de uma insuficiência cardíaca mais crônica mesmo e que foi que levou ela a ter uma fração de ação de 11% muito abaixo do esperado e por isso ela cansava aos mínimos esforços para as atividades habituais e levou ela para o transplante cardíaco. E hoje, graças a Deus, a gente dá alta a Ana Cláudia com mais um transplante de sucesso. Cláudia sai agora com um coração novo para realmente desfrutar de uma nova vida."
O transplante foi possível graças à doação de órgãos de um adolescente de 16 anos, vítima de traumatismo cranioencefálico, que teve morte encefálica confirmada no Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande. Além do coração, o jovem doou fígado, rins e córneas, salvando múltiplas vidas.
Patrícia Monteiro, coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) do Metropolitano, ressaltou a importância do ato de doação. "Essa alta se deve, primeiramente, ao sim da família. Sem o sim da família, não havia a doação de órgãos. Então é um sentimento de gratidão, primeiramente. Gratidão a cada família que, no momento de dor, proporciona qualidade de vida aos pacientes que estão na fila de transplante. E um doador, na Paraíba, salva seis pessoas, tira seis pessoas da fila do transplante."
A alta de Ana Cláudia coincide com a campanha Setembro Verde, mês dedicado à conscientização sobre a doação de órgãos. "Essa alta vem mesmo no começo de setembro, quando estamos na campanha Setembro Verde, em alusão à doação de órgãos. É uma felicidade imensa para a gente que faz parte do Cihdott do Hospital Metropolitano", acrescentou Patrícia Monteiro. Ela também enfatizou a necessidade de conversar com a família sobre o desejo de ser doador, pois a decisão final cabe aos familiares. "A doação de órgãos é um ato de amor que salva vidas."
O Hospital Metropolitano é a única unidade da Paraíba habilitada para realizar transplante cardíaco adulto, contando com uma equipe experiente, estrutura moderna e uma rede articulada com a Central Estadual de Transplantes, o Corpo de Bombeiros, a rede hospitalar e os órgãos de gestão estadual. Em 2025, já foram seis transplantes cardíacos realizados, de um total de 17 transplantes cardíacos feitos na história do hospital.
"A alta hospitalar de um paciente com transplante, principalmente como é o nosso caso, o cardíaco, representa um avanço muito grande para a nossa instituição, é uma vitória. E o papel do hospital transplantador é fundamental, não só pelo procedimento em si, mas pelo cuidado que a gente exerce aos nossos pacientes. O trabalho humanizado de reabilitação desse paciente para garantir uma alta segura, um retorno às suas atividades externas, mas com qualidade de vida. E diga assim a doação de órgãos, seja um doador você também", concluiu Patrícia Monteiro.
Fonte: Secom
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