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Opinião

Era algorítmica redefine carreiras e projeta o notariado como legítimo guardião da verdade digital

Foi nesse contexto, de ruptura e reinvenção, que o tabelião Andrey Guimarães Duarte analisou o futuro da atividade notarial e o novo lugar das carreiras em um mundo movido a dados.

Por Redação do Reporterpb

18/11/2025 às 20:14

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Imagem Era algorítmica redefine carreiras e projeta o notariado como legítimo guardião da verdade digital

Era algorítmica redefine carreiras e projeta o notariado como legítimo guardião da verdade digital ‧ Foto: Divulgação

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Há mudanças que não chegam com barulho, mas com profundidade. O presidente da Anoreg-PB, Carlos Ulysses Neto, costuma dizer que “a sociedade só percebe uma revolução quando ela já está instalada no cotidiano”, e nada traduz melhor o fenômeno atual do que a transformação silenciosa das profissões. Médicos, advogados, professores, jornalistas e notários deixaram de ser guardiões solitários do conhecimento para se integrarem a sistemas inteligentes que reconfiguram a forma como o saber circula.

Foi nesse contexto, de ruptura e reinvenção, que o tabelião Andrey Guimarães Duarte analisou o futuro da atividade notarial e o novo lugar das carreiras em um mundo movido a dados.

Novo sentido a conhecimento

O segundo movimento dessa mudança, observa Ulysses Neto, é a queda definitiva do monopólio da informação. Se antes o prestígio profissional nascia da escassez — o médico porque sabia, o advogado porque interpretava, o tabelião porque conferia segurança — agora ele se redefine pela capacidade de dar sentido a um conhecimento já amplamente acessível.

Andrey Duarte amplia essa visão ao afirmar que a inteligência artificial não elimina profissões, mas redefine seus propósitos: “o valor do profissional não está mais em deter o saber, e sim em interpretar um mundo que também sabe”, sintetiza. No Direito, essa inflexão é evidente: o foco deixa de ser o processo e se volta para a solução, abrindo espaço para que os serviços extrajudiciais assumam protagonismo no acesso rápido e seguro aos direitos.

Para Duarte, o notariado brasileiro oferece uma resposta rara num cenário em que tantas profissões se veem ameaçadas por automação. Em vez de competir com algoritmos, o tabelião se tornou curador da confiança algorítmica. Escrituras digitais, videoconferências, reconhecimento facial, assinatura eletrônica, tudo isso, viabilizado pelos Provimentos 100/20 e 149/23 do CNJ, deslocou o exercício da fé pública para um ambiente em que o papel foi substituído pelo código e o carimbo pela criptografia. Ainda assim, o elemento central permanece: a confiança social. Em meio a identidades forjadas e documentos adulterados, observa o tabelião, “a fé pública é a última fronteira da verdade digital”.

Visão futurista

Esse é o cerne da visão futurista de Andrey Guimarães Duarte: o tabelião do futuro talvez dispense balcão e caneta, mas continuará preservando a autenticidade das relações humanas em meio ao ruído tecnológico. Ele defende que as profissões sobreviverão não pelo serviço que entregam, mas pela confiança que sustentam e o notariado brasileiro, digitalizado e legitimado, é prova disso. Além de titular do 4º Tabelião de Notas de São Bernardo do Campo, Duarte é presidente da Associação de Titulares de Cartórios (ATC), ex-presidente e atual vice-presidente do Colégio Notarial do Brasil – Seção São Paulo, diretor do CNB/CF, conselheiro consultivo do Ibradim e ex-delegado de polícia em São Paulo.

Fonte: Ascom

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