23/09/2025 às 11:56
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) utilizou a tribuna da 80ª Assembleia Geral da ONU, nesta terça-feira (23), para condenar o que chamou de “ingerência inaceitável” em assuntos internos do Brasil. Em discurso enfático, defendeu a democracia brasileira e criticou tentativas de deslegitimar o Judiciário.
“Mesmo sob ataque sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia, reconquistada há 40 anos após duas décadas de ditadura”, afirmou. Sem citar nomes, Lula fez referência a “falsos patriotas” e a uma “extrema-direita subserviente”, acrescentando que “não há pacificação com impunidade”.
A fala ocorre em meio à escalada de tensões com os Estados Unidos. Na véspera, o governo de Donald Trump anunciou sanções contra autoridades brasileiras, como o advogado-geral da União, Jorge Messias, que teve o visto revogado, e Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes, alvo de bloqueio de bens com base na Lei Magnitsky. O próprio ministro já havia sofrido medida semelhante em julho.
Os atritos se intensificaram após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos de prisão por tentativa de golpe. A decisão foi criticada por setores da extrema-direita internacional e vista pelo Planalto como alvo de pressões externas. Lula reiterou que o STF é independente e que o país não aceitará qualquer forma de intervenção estrangeira.
Tradicionalmente responsável por abrir o debate anual de chefes de Estado na ONU, o Brasil aproveitou a ocasião para enviar um recado claro: não aceitará pressões que coloquem em risco sua soberania e sua autonomia institucional.
Fonte: Repórter PB
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