
24/11/2025 às 21:59
Uma grande mobilização do movimento negro promete reunir mulheres de todas as regiões do Brasil e de mais de 40 países, nesta terça-feira (25), em Brasília. A Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver acontece dez anos após a histórica mobilização contra o racismo que levou mais de 100 mil mulheres negras às ruas da capital federal.

Símbolo do feminismo negro, Dona Maria dos Santos Soares, que tem 100 anos, é presença certa no evento. Para ela, uma oportunidade para protestar contra injustiças que atingem o povo negro.
"A emoção agora foi muito mais forte, porque, além do Brasil, inúmeros países, principalmente aqui da América Latina, presentes aqui. Então, eu vejo que a nossa força está se expandindo por todo lado. Temos conseguido muito pouco, mas esse movimento me dá esperança que a gente vai conseguir mudar essa realidade cruel que atinge o povo negro”, diz.
Na militância desde a juventude, Dona Maria destaca que ainda é preciso lutar para que mulheres negras alcancem espaços de poder e maior representatividade social:
"Eu sou muito audaciosa, e eu tenho um espírito político desde pequena. Eu não tinha essa consciência que tenho hoje, conhecimento, mas desde o interior que eu já via algo de errado em relação a negros e brancos. Não só no movimento negro, qualquer coisa que eu vejo que eu não concordo, eu não sei ficar passiva, eu vou falar, eu vou intervir."
A programação começa às 9h, com sessão solene no Congresso Nacional. Às 10h, milhares de mulheres marcham pela Esplanada dos Ministérios. Às 19h30, representantes da marcha serão recebidas em audiência pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin. A comitiva levará ao STF a urgência de enfrentar a política de segurança pública no Brasil, especialmente após a recente chacina na Penha, no Rio de Janeiro.
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