23/05/2025 às 10:53
A taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência, com 15 anos ou mais, em 2022, era quatro vezes maior que a de pessoas sem deficiência. São quase três milhões de analfabetos entre as pessoas com deficiência, cerca de 21%. Já a taxa de analfabetismo entre as pessoas sem deficiência foi de cerca de 5%.
Os dados são do IBGE e foram divulgados nesta sexta-feira (23/5) na pesquisa sobre pessoas com deficiência e pessoas diagnosticadas com transtorno do espectro autista, feita com base no Censo Demográfico 2022.
Naquele ano, apenas 7% das pessoas com deficiência concluíram o ensino superior, contra 19% das pessoas sem deficiência.
Já 63% das pessoas de 25 anos ou mais, com deficiência, não tinham instrução ou completado o ensino fundamental. Entre as pessoas sem deficiência, essa proporção era quase a metade: cerca de 32%.
Sobre o Transtorno do Espectro Autista, cerca de dois milhões e meio de pessoas, ou 1,2% da população, declararam ter recebido diagnóstico por algum profissional de saúde.
Entre os grupos etários, a prevalência de diagnóstico de autismo foi maior entre as crianças. A analista da pesquisa, Luciana Alves, avalia que as possíveis causas desse aumento entre os mais novos está relacionada à democratização do acesso ao diagnóstico.
“Elas têm uma maior incidência por conta do diagnóstico. Talvez, se a pesquisa fosse focada nas dificuldades funcionais, aí as pessoas mais velhas poderiam relatar. Mas a questão do diagnóstico fica muito concentrada entre os mais jovens por conta dessa evolução no diagnóstico do transtorno".
A prevalência do diagnóstico de autismo é maior entre os homens, chegando a 1,5%, contra 1% entre as mulheres. Já a taxa de escolarização da população com autismo foi de 37%, maior que a da população geral, de 24%.
Em 2022, mais de 14 milhões de pessoas no Brasil foram registradas com deficiência, sendo mais de oito milhões mulheres, e seis milhões homens. O número total de PCDs corresponde a quase 7% da população registrada naquela época, de 203 milhões de habitantes.
Em 16% dos domicílios recenseados em 2022 havia pelo menos um morador com deficiência. A dificuldade mais frequente foi a de enxergar, relatada por cerca de oito milhões de pessoas.
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