10/05/2025 às 12:04
A Agência Brasil completa 35 anos neste sábado (10), mantendo vivo o desafio de implementar uma comunicação pública que, além de dar voz às diversas camadas da sociedade, possibilita que essas vozes cheguem a todos os cantos do Brasil e do mundo, com a ajuda do serviço de língua estrangeira.
A Agência Brasil foi criada em 1990 pela Radiobrás, empresa a quem cabia difundir as notícias do governo federal. O primeiro passo visando a independência editorial necessária para, em um segundo momento, transformar o que era agência governamental em agência pública de notícias foi dado na segunda metade dos anos 1990, sob a gestão de Carlos Zarur.
Foi em 2007, durante o primeiro governo do presidente Lula, que a Radiobrás passou a se chamar Empresa Brasil de Comunicação (EBC), dando um passo significativo para a implementação de um sistema público de comunicação, integrado pela Agência Brasil e por outros veículos da EBC, como a Rádio Nacional e a TV Brasil.
Essa transição teve início em 2003, quando Eugênio Bucci assumiu a presidência da Radiobrás.
"Nós procuramos fazer com que a Agência Brasil pudesse fornecer informação de qualidade para todos os veículos de comunicação no Brasil. Isso despertou, no início, uma certa desconfiança de algumas agências, que achavam que a gente estava fazendo concorrência, mas, com o tempo, fomos demonstrando que, como dávamos tudo de forma igual para todo mundo, não havia uma concorrência, uma vez que as próprias agências comerciais poderiam ter no seu o cardápio as matérias publicadas pela Agência Brasil", relembra.
Bucci lembra ainda que, entre os critérios adotados para a produção de notícias, estava o interesse público.
Professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB), Fernando Paulino foi ouvidor-adjunto da EBC entre 2009 e 2012. Ele avalia que, enquanto agência pública de notícias, a Agência Brasil não é apenas um instrumento de acesso e circulação de informações. É também, segundo ele, um instrumento de prestação de contas importante para a democracia.
"A agência pública, ela é um instrumento de acesso à informação, de circulação de informações, de prestação de contas e, claro, com isso, de aperfeiçoamento da democracia, porque promove mais transparência e contribui para o maior envolvimento da população nas suas tomadas de decisão", explica.
Por isso, o pesquisador da UnB afirma que é essencial haver compreensão por parte dos governantes, gestores e da sociedade de que a Agência Brasil, como instrumento de comunicação pública, tem potencial significativo para tratar de assuntos e temas relevantes que, por vezes, não estão na agenda dos veículos comerciais e privados.
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