07/09/2025 às 10:06
Brasil - Ordem e Progresso ‧ Foto: divulgação
O 7 de Setembro é mais que uma data comemorativa. Representa a ruptura formal com Portugal e a afirmação do Brasil como nação soberana. Dois séculos depois, o grito às margens do Ipiranga ecoa não apenas como marco histórico, mas como convite permanente à reflexão sobre o rumo que o país escolhe para si.
No cenário atual, a independência se conecta diretamente ao desafio da democracia diante da polarização política. O ambiente de divisão, que opõe campos ideológicos de maneira quase irreconciliável, ameaça a capacidade de diálogo, o fortalecimento das instituições e a construção de consensos que o Brasil necessita para avançar em temas estruturais, como economia, educação, saúde e sustentabilidade.
O debate em torno da anistia a envolvidos em atos políticos recentes intensifica essa disputa. Para parte da sociedade, representa reconciliação e pacificação nacional; para outra, significa impunidade e fragilização do Estado Democrático de Direito. Essa tensão revela que a jovem democracia brasileira ainda enfrenta dificuldades em equilibrar justiça, memória e estabilidade política.
As consequências da polarização vão além da política partidária. A fragmentação do tecido social se reflete em intolerância, enfraquecimento do diálogo e descrédito nas instituições, abrindo espaço para crises recorrentes. O risco é transformar diferenças legítimas em conflitos permanentes, corroendo a confiança necessária para o desenvolvimento.
Apesar disso, o futuro do Brasil não precisa ser marcado pela divisão. A independência recorda que a nação é maior que as disputas temporárias. O desafio está em resgatar a capacidade de união em torno de objetivos comuns: reduzir desigualdades, gerar oportunidades e consolidar uma democracia inclusiva e resiliente.
O Brasil que nasceu em 1822 ainda busca se reinventar em 2025. E talvez o verdadeiro grito de independência, hoje, seja libertar-se das amarras da polarização que impede o país de caminhar para um futuro de estabilidade e progresso.
Por Pereira Júnior
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