05/06/2025 às 15:08
Cãmara Municipal de João Pessoa ‧ Foto: Divulgacão
O ambiente na Câmara Municipal de João Pessoa ficou acirrado nesta quinta-feira (5), após os vereadores aprovarem um voto de solidariedade à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em resposta aos ataques verbais sofridos por ela durante sua participação em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional.
A proposta dividiu opiniões no plenário e reacendeu a polarização política entre os parlamentares da capital. O episódio evidenciou não apenas o contraste ideológico entre os vereadores, mas também a crescente dificuldade de manter um debate público respeitoso em temas com carga política e simbólica elevada.
Contrária à moção de apoio, a vereadora Elisa Virgínia (PP) — com discurso alinhado à ala bolsonarista — criticou duramente a ministra. Em fala direta, afirmou que Marina Silva estaria tentando se vitimizar diante de críticas.
“Quando a esquerda é confrontada com a verdade, reage aos gritos, dizendo-se violentada. Marina se coloca como vítima”, declarou Elisa no plenário.
A resposta veio de forma imediata por parte do vereador Marcos Henriques (PT), que classificou a postura da colega como ofensiva e discriminatória.
“É a primeira vez que presencio uma vereadora agir com misoginia. O que Marina sofreu foi evidente: ataques por ser mulher e por sua posição política. Esperava empatia da vereadora Elisa”, contestou Henriques.
A tensão foi tamanha que a sessão precisou ser interrompida por alguns minutos, com tentativas de moderação por parte de colegas. Apesar disso, os ânimos não se acalmaram completamente e o clima de confronto persistiu até o encerramento dos trabalhos legislativos do dia.
A presidência da Casa ainda não se pronunciou oficialmente sobre o episódio, mas a cena expôs uma fragilidade institucional preocupante: o desafio de manter a Câmara como espaço plural sem que os embates ideológicos descambem para ataques pessoais.
O episódio também lança um sinal de alerta sobre o nível do debate político local, em um momento em que a sociedade exige equilíbrio e representatividade qualificada nas pautas públicas.
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