Imprensa internacional destaca saúde frágil de Bolsonaro após ordem de cumprimento imediato da pena

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinando o início imediato do cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses do ex-presidente Jair Bolsonaro, repercutiu fortemente na imprensa internacional — e, em praticamente todos os veículos, um ponto ganhou destaque central: o estado de saúde do ex-presidente e a possibilidade de que ele não tenha condições físicas de permanecer em ambiente prisional.

A agência Reuters sublinhou que a defesa afirma que Bolsonaro não poderia estar preso devido à sua condição clínica. A reportagem ressaltou declarações do advogado Celso Vilardi, que disse que o tribunal “agiu de forma precipitada” e deveria ter permitido novos recursos antes de encerrar o processo. O texto reforça que a saúde debilitada do ex-presidente tornou-se o foco principal da estratégia defensiva.

Nos Estados Unidos, a CNN afirmou que os advogados descrevem a prisão como “injustificável” e alertam que Bolsonaro “corre risco dentro da unidade da Polícia Federal”. Segundo a emissora, a equipe jurídica afirma que o ex-presidente apresenta piora no quadro de saúde desde sábado (22), quando foi preso após tentar violar a tornozeleira eletrônica.

A agência espanhola EFE foi ainda mais enfática. O texto descreve Bolsonaro como “um paciente de saúde frágil”, citando crises de soluços, vômitos e ansiedade, atribuídos às sequelas da facada de 2018. A EFE lembra que o ex-presidente já passou por diversas cirurgias e afirma que seus advogados repetirã̃o o pleito por prisão domiciliar humanitária se a pena for mantida em regime fechado.

O jornal The New York Times destacou que analistas internacionais consideram improvável que Bolsonaro permaneça por muito tempo na prisão. Segundo o NYT, espera-se que o STF autorize, em algum momento, a migração para a prisão domiciliar justamente por causa das “condições médicas que requerem supervisão contínua”. O texto afirma que a defesa sustenta que sua saúde “torna impossível sua permanência segura em um presídio”.

A decisão de Moraes determina que Bolsonaro tenha atendimento médico permanente dentro da Superintendência da PF, com acesso livre de sua equipe de saúde — medida interpretada por veículos estrangeiros como um reconhecimento, pelo próprio STF, da vulnerabilidade física do ex-presidente.

Assim, enquanto o Brasil discute os desdobramentos políticos da condenação, o olhar internacional se volta, sobretudo, para a pergunta que deve pautar as próximas decisões judiciais: Bolsonaro tem condições clínicas de cumprir pena em regime fechado?

Fonte: hora brasilia