26/09/2025 às 13:37
Parto prematuro, baixa escala de Apgar — que é a avaliação dos sinais vitais no bebê nos primeiros minutos de vida — e morte neonatal são alguns dos riscos das infecções causadas por arboviroses, como a dengue, zika e chikungunya, durante a gravidez. É o que revela um estudo da Fiocruz, que analisou quase 7 milhões de nascidos vivos no Brasil entre 2015 e 2020.
Além disso, essas doenças trazer outras consequências para os bebês. Os pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde, da Fiocruz Bahia, apontam que a dengue durante a gestação está associada a alterações estruturais e funcionais no desenvolvimento do feto, chamadas de anomalias congênitas.
Em relação ao vírus zika, os efeitos adversos encontrados foram ainda mais amplos: o risco de más-formações congênitas foi mais que duplicado entre bebês de mães infectadas.
Segundo o líder da pesquisa, Thiago Cerqueira-Silva, os padrões de risco variam entre o vírus e o período da infecção. Ele reforça que as evidências do estudo desmistificam a ideia de que apenas a zika é uma ameaça na gravidez, ao mostrar as consequências causadas pelas infecções de dengue e chikungunya.
O pesquisador ainda pontua que o estudo apresenta os impactos das infecções por arbovírus na gestação, indicando períodos de maior vulnerabilidade em cada trimestre. Ao mostrar as janelas de maior risco para as gestantes, a pesquisa permite que profissionais de saúde orientem melhor as grávidas e intensifiquem a vigilância nos períodos de maior perigo. Thiago Cerqueira-Silva também destaca que, com as mudanças climáticas, o trabalho é relevante para todas as regiões além das tropicais.
Para reforçar a consistência dos resultados, os pesquisadores analisaram infecções por arbovírus ocorridas entre seis e 24 meses antes da gravidez.
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