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Paraibana transforma algas marinhas em fio têxtil e planeja produção em larga escala: 'Solução para cuidar do oceano'

G1 PB

03/08/2025 às 07:02

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Paraibana cria startup para desenvolver projeto de fibra têxtil de alga marinhaDivulgação/PhycolabsPensando no futuro da moda sustentável, a paraibana Thamires Pontes criou uma startup que transforma algas marinhas em fios têxteis. Agora, ela planeja desenvolver um fio que permita usar a tecnologia em escala comercial, com foco em rastreabilidade e baixo impacto ambiental.A startup Phycolabs, fundada por Thamires em 2022, tem como objetivo desenvolver tecidos a partir de algas marinhas e, segundo ela, “descarbonizar a moda”. Natural de João Pessoa, capital da Paraíba, a pesquisadora conta que a proximidade com o mar a fez perceber a importância de preservá-lo. A pesquisa começou durante o mestrado em Têxtil e Moda na Universidade de São Paulo, em 2016. Foi nesse período que Thamires descobriu o potencial das algas como matéria-prima têxtil.“Foi um período de autodescoberta. Apesar da minha ampla experiência de uma década na indústria têxtil, que envolveu importação de tecidos, pesquisa de tendências e exploração de novos materiais, percebi que o caminho tradicional da moda já não me trazia realização”, afirmou Thamires. Pesquisadora paraibana, Thamires Pontes, criou tecido de algas marinhasDivulgação/PhycolabsSegundo a pesquisadora, a alga marinha é o organismo de crescimento mais rápido do planeta. Ela destaca ainda que as espécies utilizadas não dependem de terras agricultáveis, irrigação com água doce ou pesticidas, além de ajudarem a absorver gases do efeito estufa.“As algas são cultivadas de forma renovável, não exigem grandes áreas de terra, uso intensivo de água doce ou produtos químicos. Elas absorvem CO2, reduzindo a pegada de carbono e melhorando a qualidade da água, além de promoverem a saúde dos ecossistemas marinhos”, afirmou. Nos últimos anos, o projeto vem ganhando destaque e conquistando importantes prêmios. Em 2023, foi uma das vencedoras do Global Change Award, da Fundação H&M, que reconhece inovações transformadoras na indústria têxtil. Em 2024, recebeu o Unlock Her Future, da britânica The Bicester Collection, e o Glamour Generation Awards, da revista Glamour Brasil, na categoria Mulheres na Ciência.“Eles representam um marco na minha trajetória, após anos de dedicação à interseção entre ciência, biotecnologia e moda sustentável. Essas conquistas destacam a relevância da pesquisa científica no Brasil, especialmente as que são lideradas por mulheres, e inspiram as próximas gerações a romper barreiras e transformar a indústria”, afirmou Thamires Pontes."Solução para cuidar do oceano vem dele", afirma pesquisadoraAlgas marinhas são transformadas em tecido por statup de pesquisadora paraibanaReproduçõa/PhycolabsDepois da pandemia, Thamires Pontes conta que percebeu a urgência de avançar na aplicação comercial da fibra. Atualmente, está finalizando o desenvolvimento do fio ideal para a indústria e se prepara para lançar o primeiro lote piloto.Segundo a pesquisadora, a startup já firmou parcerias com grandes marcas que irão testar os tecidos em seus produtos. “Essa etapa será crucial para definir nossa escalabilidade e aprimorar nossos processos”, afirmou a pesquisadora.“Meu objetivo é que as fibras à base de algas se tornem uma alternativa viável e acessível aos materiais têxteis convencionais, sem comprometer a biodiversidade, ajudando a reduzir o uso de recursos escassos", afirmou Thamires Pontes. Fibra têxtil de alga marinha criada por startup de pesquisadora paraibanaDivulgação/PhycolabsThamires também aposta no impacto social da iniciativa: acredita que a inovação pode gerar valor para comunidades costeiras, incentivar práticas regenerativas e promover inclusão socioeconômica. As algas usadas na produção são cultivadas por parceiros da empresa no Sudeste e no Sul do Brasil. Após a compra, passam por processamento e formulação exclusiva da startup, até se transformarem em fios.“Eu gostaria mesmo é de ver essa tecnologia ajudando a construir um novo padrão para a indústria, mais consciente, mais conectado com a natureza e alinhado com os desafios ambientais do nosso tempo. Por isso, insisto em dizer que a solução para cuidar do oceano vem justamente dele”, afirmou.Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba

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