Com divergências internas, governador prega união, mas abre porta para saídas na base

O cenário político da Paraíba vive um momento de reorganização dentro da base governista. Durante agenda em Guarabira, nesta sexta-feira (1º), o governador João Azevêdo (PSB) reforçou a defesa pela unidade do grupo político, mas deixou claro que respeitará a decisão de quem optar por seguir outro caminho.

As declarações de Azevêdo acontecem em meio a um ambiente de tensão provocado pelas recentes falas do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP), que demonstrou divergências com o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), e defendeu a candidatura do vice-governador Lucas Ribeiro ao Governo do Estado em 2026.

Paralelamente, o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino (Republicanos), vem articulando apoio junto a lideranças do PT, buscando se posicionar como o nome alinhado ao presidente Lula para a disputa estadual.

Com discurso conciliador, João Azevêdo reiterou que continuará tentando manter a base unida. “Eu faço política de grupo, tento, e estou tentando até hoje. Não me cansarei, e não vou parar de tentar a unidade. Mas se alguém decidir com vontade própria que tem um projeto pessoal e não quer estar junto com a gente, ninguém obriga ninguém a caminhar junto”, disse.

O governador também minimizou possíveis rupturas e sinalizou abertura ao diálogo: “Se as pessoas quiserem caminhar conosco, vamos caminhar. Mas se, infelizmente, algum companheiro achar que não deve caminhar, por qualquer motivo, ele está livre para fazer seus próprios voos. É assim na política”.

O posicionamento de Azevêdo foi interpretado como um recado direto aos aliados que vêm adotando posturas independentes e testando novos espaços políticos dentro da Paraíba. O episódio evidencia que a sucessão de 2026 será marcada por disputas internas e movimentos estratégicos que podem redefinir o equilíbrio de forças no estado.