31/07/2025 às 15:20
Após quase 10 meses, será encerrado nesta quinta-feira (31), no Maranhão, o processo de escuta com comunidades indígenas para a criação da primeira Universidade Indígena do Brasil, que será instalada no estado.
A escuta pública iniciada nesta quarta-feira, no Território Araribóia, em Amarante, foi a quarta e última. Participaram lideranças, mestres de saber tradicional, professores indígenas, pesquisadores e representantes de instituições como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Maranhão, a Universidade Estadual do Maranhão e o Ministério dos Povos Indígenas. As escutas foram coordenadas pelo Instituto Tukàn, coletivo de lideranças dos povos originários.
Essa é mais uma etapa na construção coletiva do Plano de Desenvolvimento Institucional da nova universidade. Em outubro de 2023, na Terra Araribóia, foi assinado o termo de ampliação do Centro de Saberes Tentehar Tukàn, onde funcionará a instituição. Entre os desafios, estão a criação de cursos específicos e currículos que preservem a identidade de centenas de saberes indígenas, promovendo também a integração entre comunidades espalhadas pelos mais de 8 milhões de km² do país.
A primeira escuta aconteceu em outubro de 2024, também no Território Araribóia, com participação de comunidades como Lagoa Comprida, Canudal e Barreiro. Na ocasião, foi assinado o acordo de cooperação entre a Fundação de Amparo à Pesquisa e o Instituto Tukàn. A segunda, realizada em fevereiro de 2025, na Aldeia Zutiwa, contou com forte presença do povo Tenetehar e aprofundou o debate sobre modelos pedagógicos e de gestão. A terceira ocorreu em maio, reunindo mais de 80 representantes indígenas, entre professores e estudantes, para discutir a base curricular e os princípios da nova universidade.
De acordo com o IBGE, em 2022 o Maranhão tinha mais de 57 mil indígenas, distribuídos por 210 municípios — sendo Amarante o que concentra o maior número.
Como parte do processo de fortalecimento da governança indígena, o Grupo de Trabalho Nacional da Universidade Indígena, criado pelo Ministério da Educação, percorreu 12 estados entre julho e setembro do ano passado, promovendo 16 seminários voltados à escuta dos povos originários.
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