Sousa/PB -
oposição sousense

No dia do Jurista, João Estrela nega ‘amarrar chuteiras’ na política, e dar recado a oposição sousense para as eleições de 2026

Em conversa de forma muito descontraída com este repórter, nesta segunda-feira (11), João Estrela encaminhou mensagem aos colegas juristas

Por Pereira Jr. • Articulista Polí­tico

11/08/2025 às 15:31

Imagem Ex-prefeito de Sousa, João Estrela

Ex-prefeito de Sousa, João Estrela ‧ Foto: reporterpb

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Dia 11 de agosto é o Dia do Jurista. Dentre tantos operadores respeitados do Direito na cidade de Sousa, João Estrela, ex-prefeito e advogado na área criminal, é um daqueles nomes famosos que se destacam dos demais colegas, que o admiram e muitas vezes se inspiram em sua carreira.

Em conversa de forma muito descontraída com este repórter, nesta segunda-feira (11), João Estrela encaminhou mensagem aos colegas juristas, enalteceu a profissão que escolheu e finalizou afirmando que “faria tudo outra vez”.

“Ser advogado era a única profissão que eu exerceria na vida. Desde jovem, a vocação era para a advocacia. Todos devem se conscientizar da importância que tem a advocacia, da responsabilidade que encerra o patrocínio de uma causa, o cuidado, o zelo profissional na defesa daquilo que é mais essencial: a pessoa humana”, comentou.

João Estrela exaltou a profissão, que defende causas diversas do interesse do cidadão, porém com “respeito pela profissão. Que a exerçam com competência, com sabedoria, com denodo, com empenho no sentido de fazer valer a confiança que os constituintes depositam em todos nós”.

O Escritório de Advocacia de João Estrela é um dos mais conhecidos do Sertão da Paraíba, não somente pelas causas constituídas, mas também pela repercussão política. A “Bodega”, como os amigos chamam o escritório, é visitada não apenas por pessoas simples que buscam algum alento na defesa de seus direitos, mas também pela classe política sousense e paraibana, ora consultando sobre as conjunturas políticas locais e estaduais, ora pedindo apoio ao ex-prefeito, que ainda detém seu espólio político local.

O advogado já ocupou cargos públicos, desde chefe de gabinete na gestão do ex-prefeito Sinval Gonçalves Ribeiro (in memoriam), exercendo o cargo de prefeito por três vezes, eleito deputado estadual apenas pelo eleitorado sousense e, em 2002, foi o primeiro prefeito cassado após a publicação da nova lei eleitoral.

Em 1994, João Estrela foi eleito deputado estadual numa eleição disputadíssima em Sousa, entre os nomes Lindolfo Pires, Cozinho Gadelha e Inaldo Leitão, dentro do cenário do acordo entre os principais opositores, Antônio Mariz (eleito governador) e Marcondes Gadelha.

“Histórico acordo celebrado, e eu fiquei na oposição a essa turma. Felizmente, conseguimos mais de 11 mil votos, e isso garantiu a minha eleição a deputado estadual.”

Neste mesmo ano, Sousa conseguiu eleger três deputados estaduais: João Estrela, Lindolfo Pires e Inaldo Leitão, que terminou sendo presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, enquanto Cozinho Gadelha ficou na primeira suplência e, por poucos votos, também não conseguiu se eleger.

No cenário atual, Sousa não detém vagas na Assembleia Legislativa da Paraíba, nem na Câmara Federal, diferente de outras épocas em que a cidade preencheu cadeiras nos dois níveis ao mesmo tempo. Atualmente, alguns nomes da cidade se propõem a disputar vagas nas eleições de 2026 e defendem que os eleitores votem apenas em políticos de Sousa. No entanto, precisam de votos também em outros municípios. Para João Estrela,
“você não pode impedir essa campanha que sempre faz: vote no candidato da terra. Tudo muito bem, mas você precisa de votos fora da terra. É um discurso que você precisa dosar. Meu caso de 94 foi um caso raríssimo e ninguém mais repetiu essa façanha. Eu fui beneficiado pela circunstância de 94, da união de Mariz e Marcondes. Muita gente marizista não gostou da união, muita gente marcondista não gostou da união, e o descarrego foi em cima de João Estrela.”

Segundo ele, depois de 94, ninguém mais conseguiu se eleger apenas com os votos da cidade, mesmo Sousa tendo 46 mil eleitores.

“Uma eleição para deputado estadual hoje, para se eleger, precisa de no mínimo 35 a 40 mil votos. Pode se eleger até com menos, mas é aquela história da sobra. Para garantir mesmo, é preciso de 40 mil votos, e a gente não tira somente em uma cidade. Tem que dosar esse discurso, sensibilizar os conterrâneos para votar nos candidatos da terra, mas também não deixar os outros serem votados”, explicou.

Sobre “amarrar as chuteiras” na política, João Estrela foi direto:

“Não!!! Está doido? Estou na ativa aí. Já tive, ao longo da minha carreira política, grandes vitórias e também derrotas, mas nada de amarrar as chuteiras. Vou ficar no batente. Porque, no longo da vida, fui firmando longas amizades com o pessoal de Sousa, e a gente continua laborando na atividade política, tentando influenciar nas próximas eleições.”

Quanto às definições por parte da base de oposição sobre nomes para deputado estadual e federal, João Estrela relatou que o grupo que disputou as eleições municipais em Sousa “se encontra na fase de espera”.

“Está essa indefinição geral: quem é o candidato do governador, quem é o candidato da oposição. Eu prefiro aguardar os resultados. Claro que essas conversações vão amiudar até abril do próximo ano, quando vamos ter a definição dessas candidaturas.”

O ex-prefeito foi enfático ao afirmar que o objetivo do grupo oposicionista em Sousa é manter a união:

“É partirmos juntos com os aliados da última eleição municipal. Perdemos, é verdade, mas reunir essa turma toda e, dentro do possível, partirmos unidos com candidatura semelhante. Esse, pelo menos, é meu desejo.”

Estrela lembrou que a unidade do grupo é fundamental:

“Nosso candidato (Gilbertão), em 2024, tirou mais de 16 mil votos em Sousa. Uma votação consagradora, e isso não se pode deixar de lado. Se a gente conseguir reunir a mesma equipe, o mesmo palanque, com certeza teremos condições de sensibilizar a nossa gente, nossos amigos, para nos acompanhar em mais uma campanha e buscarmos uma vitória a nível estadual.”

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