
24/11/2025 às 09:22
A cidade de Quixaba, no sertão paraibano, vive uma movimentação incomum para um município com menos de dois mil habitantes. A prefeitura decidiu ingressar no disputado mercado das apostas e abriu uma licitação que chama atenção pelo valor e pela ambição: R$ 10,8 milhões para contratar uma empresa responsável por implantar e fiscalizar as chamadas loterias municipais ao longo de 15 anos.
O montante, expressivo para os padrões da região, será destinado ao desenvolvimento de um sistema tecnológico que permita acompanhar operações de apostas, credenciar agentes e assegurar a arrecadação tributária do setor. Trata-se de uma estrutura que normalmente exige investimento elevado, mas cuja dimensão contrasta com o porte reduzido de Quixaba.
De acordo com o edital, a escolha da empresa ocorrerá pelo critério de “Técnica e Preço”, e os participantes serão submetidos a uma fase de “Prova de Conceito (PoC)”, etapa usada para verificar a capacidade real de entrega da solução proposta. Apesar dos mecanismos de controle previstos, o tempo de vigência — quase duas décadas — somado ao valor milionário, coloca o processo no radar de análises mais rígidas.
Especialistas apontam que o caso poderá gerar questionamentos junto aos órgãos de fiscalização. O Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público devem acompanhar os desdobramentos, já que a discrepância entre a dimensão da cidade e o custo estimado do projeto levanta a possibilidade de direcionamento ou superdimensionamento contratual.
Fonte: Repórter PB
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