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hospital em Cajazeiras

Coren-PB interdita setores do Hospital Regional de Cajazeiras por risco à vida de pacientes e profissionais

De acordo com o relatório técnico emitido após a vistoria, as condições encontradas nas duas áreas violam normas sanitárias, éticas e legais da prática da enfermagem

Da Redação Repórter PB

08/07/2025 às 09:32

Imagem Coren intertida setores do Hospital Regional de Cajazeiras

Coren intertida setores do Hospital Regional de Cajazeiras ‧ Foto: ascom

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As atividades de enfermagem nos setores da Central de Material e Esterilização (CME) e da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto do Hospital Regional de Cajazeiras estão suspensas. A decisão foi tomada pelo Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba (Coren-PB) nesta segunda-feira (7), após uma fiscalização identificar graves falhas estruturais que comprometem a segurança de pacientes e profissionais.

De acordo com o relatório técnico emitido após a vistoria, as condições encontradas nas duas áreas violam normas sanitárias, éticas e legais da prática da enfermagem. A interdição, determinada por meio da Decisão nº 264/2025, é válida por tempo indeterminado e só será suspensa mediante a completa resolução dos problemas apontados.

“A situação é crítica. As falhas estruturais colocam vidas em risco, tanto de pacientes quanto dos profissionais de enfermagem. A interdição é uma medida necessária até que o hospital garanta condições adequadas e cumpra integralmente as exigências legais”, destacou a presidente do Coren-PB, Rayra Beserra.

Na CME, o fluxo de trabalho está completamente desorganizado: a limpeza e o preparo dos materiais ocorrem no prédio principal do hospital, mas a esterilização é feita em um anexo separado. Isso obriga o transporte manual dos materiais por um trajeto longo, com rampas e áreas descobertas — o que expõe os insumos cirúrgicos à poeira, vento e risco de contaminação, desrespeitando normas de biossegurança.

Na UTI, a situação não é menos preocupante. A fiscalização apontou dificuldade no controle de infecções devido à má disposição dos leitos, falhas na circulação de materiais contaminados e inadequações no espaço físico. A unidade atende pacientes em estado grave, com baixa imunidade, o que agrava os riscos e exige vigilância rigorosa, segundo o Conselho.

A interdição está embasada na Lei Federal nº 5.905/73 e na Resolução Cofen nº 564/2017, que define o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. O processo administrativo nº 40437/2025 detalha os pontos críticos que tornam inviável o exercício ético e seguro das atividades de enfermagem nesses setores.

Para que os serviços sejam retomados, a direção do hospital deverá sanar todas as irregularidades e solicitar formalmente ao Coren-PB a reavaliação técnica para possível desinterdição, conforme previsto na Resolução Cofen nº 565/2017.

O Conselho também alerta que nenhum profissional de enfermagem deve atuar nos setores interditados. O descumprimento poderá resultar em sanções administrativas e éticas.

“Nosso compromisso é com a qualidade da assistência e com a vida. Não se trata de punição, mas de preservação da integridade física de todos os envolvidos”, reforçou Rayra Beserra.

Fonte: Repórter PB

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