Saúde da Paraíba realiza transferência terrestre de recém-nascida com cardiopatia internada em hospital de Pernambuco

O Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), realizou, na noite da segunda-feira (14), uma transferência terrestre de alta complexidade envolvendo uma recém-nascida com apenas sete dias de vida. A operação foi conduzida por equipe da UTI móvel da SES, garantindo a transferência segura da criança, diagnosticada com uma cardiopatia rara, do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), em Recife (PE), para o Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita, unidade de referência em cardiologia no estado.

A mãe da bebê, Letícia Alcântara, de 28 anos, natural de João Pessoa, vinha sendo acompanhada durante o pré-natal de alto risco na Maternidade Frei Damião. No entanto, por questões pessoais, optou por realizar o parto em Recife. O diagnóstico foi confirmado logo após o nascimento: a recém-nascida apresenta anomalia de Ebstein da valva tricúspide, condição congênita rara que afeta o funcionamento do lado direito do coração e pode levar a complicações como insuficiência cardíaca, arritmias e baixa oxigenação, exigindo monitoramento intensivo e, em muitos casos, intervenção cirúrgica precoce.

Diante da impossibilidade de abordagem cirúrgica no estado vizinho, as equipes médicas avaliaram que a criança poderia continuar o tratamento com segurança na rede estadual da Paraíba. A transferência terrestre só foi possível após a viabilização da Central Estadual de Regulação, que garantiu a vaga na UTI pediátrica do Hospital Metropolitano. Foi então acionado o setor de transporte sanitário da SES, que organizou a missão com a adaptação de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel, equipada com incubadora neonatal, monitores específicos e todos os insumos necessários para um deslocamento de alto risco.

Para o secretário de Estado da Saúde, Ari Reis, a operação envolveu um nível elevado de articulação entre serviços, demonstrando o preparo técnico da rede estadual para realizar atendimentos de alta complexidade desde a primeira infância. “Essa transferência só pôde ser realizada porque tínhamos uma vaga regulada em UTI pediátrica especializada, uma ambulância estruturada com incubadora neonatal e uma equipe treinada, pronta para lidar com um quadro clínico tão delicado como o de uma cardiopatia grave nos primeiros dias de vida. A chegada da criança ao Hospital Metropolitano, que já conta com profissionais experientes e tecnologia voltada à cirurgia cardíaca pediátrica, assegura a continuidade do cuidado com qualidade e segurança. Trabalhamos para garantir que situações como essa, que exigem resposta rápida e recursos específicos, sejam acolhidas com responsabilidade, integrando logística, assistência e sensibilidade no cuidado com a vida”, destacou.

A operação foi iniciada às 19h40, com saída da equipe da Paraíba em direção à capital pernambucana. A criança foi avaliada diretamente no hospital pela equipe de transporte e, após estabilização, seguiu viagem até o Hospital Metropolitano, onde chegou por volta das 2h da madrugada desta terça-feira (15), sendo recebida pela equipe da UTI Pediátrica.

Segundo o médico Gustavo Sá, da equipe de transporte sanitário da SES, o caso exigiu adaptações rigorosas na estrutura da ambulância. “Por se tratar de um recém-nascido, toda a estrutura da unidade precisou ser ajustada. Retiramos a maca padrão e instalamos uma incubadora com controle térmico, equipamentos de monitoramento próprios para neonatos, além de materiais específicos para garantir vias aéreas e suporte ventilatório em caso de intercorrência”, explicou. A equipe responsável pelo transporte foi composta por médico, enfermeiro e condutor socorrista, todos capacitados para atendimento neonatal de alto risco.

A recém-nascida segue internada na UTI pediátrica do Hospital Metropolitano, onde está sendo acompanhada por equipe especializada em cardiologia e cirurgia cardíaca infantil. A ação reforça o compromisso do Governo da Paraíba com a assistência integral e humanizada à saúde da população, desde o nascimento até os casos de maior complexidade clínica.

Fonte: Secom