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Plataforma Análitica

Pesquisadores da Paraíba desenvolvem tecnologia de ponta para detecção de bebidas adulteradas com metanol

Os casos recentes de intoxicação em pessoas por metanol em bebidas registrados em Pernambuco, São Paulo e mais recentemente no Distrito Federal evidenciou a urgência de soluções eficazes para proteger o consumidor.

Por Redação do Reporterpb

03/10/2025 às 18:56

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Pesquisadores da Paraíba desenvolvem tecnologia de ponta para detecção de bebidas adulteradas com metanol ‧ Foto: Secom

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Os casos recentes de intoxicação em pessoas por metanol em bebidas registrados em Pernambuco, São Paulo e mais recentemente no Distrito Federal evidenciou a urgência de soluções eficazes para proteger o consumidor. Uma tecnologia inovadora desenvolvida por pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com o financiamento do Governo da Paraíba, por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq), oferece uma alternativa rápida, sustentável e altamente precisa para identificar metanol e outras fraudes em bebidas alcoólicas. 

A plataforma analítica integrada foi descrita nos artigos científicos “Um método verde para autenticação de aguardente de cana-de-açúcar e previsão de densidade e teor alcoólico com base em espectroscopia de infravermelho próximo e ferramentas quimiométricas” (Food Research International, 2023), “Autenticação não destrutiva de Cachaças do Brejo Paraibano baseada em espectroscopia MIR” (Food Chemistry, 2025) e “Quantificação do teor alcoólico e identificação de fraudes em cachaças tradicionais por espectroscopia NIR” (Food Chemistry, 2025). 

Baseada em Espectroscopia de Infravermelho Próximo e Infravermelho Médio (NIR/MIR) e modelagem quimiométrica, a solução dispensa reagentes, reduz custos e entrega resultados em minutos, alcançando até 97,3% de precisão na detecção de adulterações, alta confiabilidade na medição do teor alcoólico (erro ~1,8% v/v), além de rastreabilidade de origem com 100% de especificidade (NIR) e 98,4% de eficiência (MIR). O resultado é um controle de qualidade revolucionado e apresenta mais segurança, conformidade regulatória e confiança para produtores e consumidores de cachaça e outras bebidas. 

A pesquisa é coordenada pelo professor doutor David Douglas, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Química (PPGQ) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e pesquisador de desenvolvimento técnico do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fapesq, em colaboração com os professores doutores Railson de Oliveira Ramos e Germano Veras (PPGQ-UEPB), Felix Brito (PPGCA-UEPB) e com a participação das professoras doutoras Taliana Kênia A. Bezerra (UFPB), Noemi Nagata (UTFPR) e Tatiane Luiza Cadorin Oldoni (UFPR). A solução emprega dispositivos capazes de identificar adulterações em poucos segundos, prontos para uso em campo, na indústria e em ações de fiscalização.

O estudo vem sendo desenvolvido há cerca de dois anos, a partir da aprovação, no Edital 006/2020 – PDCTR-PB 2020 (MCTI/CNPq/Fapesq-PB), 2ª Rodada, dos projetos “Transferência de Tecnologias Portáteis de Baixo Custo para Identificação da Origem Geográfica em Alimentos e Bebidas Paraibanas” e “Desenvolvimento de Automação e Instrumentação Analítica Empregando Visão de Máquina para o Controle de Qualidade e do Processo de Produção da Cachaça Paraibana”. 

O apoio da Fapesq (R$ 20 mil em cada projeto) foi decisivo não apenas como fomento financeiro, mas como vetor de impacto sistêmico. Viabilizou prototipagem rápida, bolsas e treinamento de estudantes, integração universidade–setor produtivo–fiscalização, criação de protocolos reprodutíveis para inspeção e elevação do patamar tecnológico da cadeia da cachaça, com reflexos em conformidade sanitária, rastreabilidade e competitividade regional, afirmou Railson Ramos. 

O pesquisador destaca ainda o papel do CNPq no custeio de bolsas de estudo, garantindo continuidade das equipes e formação de recursos humanos qualificados, e da UEPB pela disponibilidade de infraestrutura laboratorial, sem a qual não seria possível conduzir ensaios, validações e testes em ambiente controlado. 

Agora, os pesquisadores estão finalizando instrumentos portáteis de baixo custo baseados em espectroscopia NIR e imagens digitais para uso em linha de produção. O grupo expandiu a pesquisa para tecnologias capazes de diferenciar e quantificar múltiplos adulterantes e formas de alteração (da adição de substâncias ilícitas à substituição por insumos mais baratos), e avançou para uma nova fase com sistemas sensoriais híbridos, narizes e línguas eletrônicas, em desenvolvimento no Laboratório de Instrumentação Industrial da UEPB (LINS-UEPB), sob a coordenação de Railson Ramos, em colaboração com a Universidad Nacional del Sur (Argentina).

Fonte: Repórter PB

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