01/10/2025 às 12:42
O Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com o Ministério da Saúde e a Fiocruz, iniciou, nesta quarta-feira (1), a oficina de implantação das ações de vigilância entomológica com armadilhas de oviposição - ovitrampas. A capacitação segue até esta quinta-feira (2), na Escola de Saúde Pública da Paraíba (ESP-PB), em João Pessoa, e reúne gestores municipais de saúde.
Segundo o gerente operacional de Saúde Ambiental da SES, Luiz Francisco de Almeida, o treinamento é fundamental para consolidar novas estratégias de enfrentamento às arboviroses. “A Secretaria de Saúde do Estado, em parceria com o Ministério da Saúde e a Fiocruz, realiza um treinamento com 10 municípios da região metropolitana de João Pessoa que servirão como piloto. A estratégia será replicada em todo o estado, com o objetivo de conter a reprodução do Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya”, explicou.
A capacitação ocorre em um cenário de preocupação nacional com a reemergência do sorotipo DENV-3 da dengue, que não registra grande epidemia desde 2002. Dados recentes do Ministério da Saúde mostram aumento expressivo de casos em estados vizinhos, como Pernambuco, reforçando a necessidade de intensificação das ações preventivas em toda a região Nordeste.
Representando a Fiocruz, o pesquisador José Bento Pereira Lima destacou a parceria entre as três esferas de gestão. “Estamos aqui numa parceria tripartite entre o Ministério da Saúde, o Estado e os municípios para implementar uma metodologia de vigilância que permitirá detectar as áreas com maior infestação do vetor. Isso vai possibilitar direcionar as ações de controle e reduzir o impacto das doenças que tanto afetam nossa população”, afirmou.
As ovitrampas são armadilhas utilizadas para monitorar a densidade de ovos do Aedes aegypti em pontos estratégicos das cidades. A tecnologia permite antecipar surtos e direcionar com maior precisão as medidas de combate. Para os municípios, representa um reforço técnico-científico capaz de evitar que novos picos epidêmicos se consolidem.
A coordenadora de Vigilância Ambiental de Mamanguape, Maria da Conceição de Lira, ressaltou a importância do treinamento para a realidade local. “Essa nova tecnologia vinda diretamente do Ministério da Saúde vai direcionar melhor as ações de vigilância ambiental voltadas às arboviroses. As armadilhas colocadas em pontos estratégicos da cidade contribuem muito para a prevenção, especialmente nas áreas mais críticas”, avaliou.
De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela SES, entre 1º de janeiro e 30 de agosto deste ano, a Paraíba registrou 7.036 casos prováveis de arboviroses, sendo 5.859 de dengue, 508 de chikungunya, 17 de zika e 652 de febre oropouche. Em comparação ao mesmo período de 2024, houve redução de 52,64% nos casos de dengue, 65,77% de chikungunya e 77,92% de zika. Ainda assim, foram confirmados quatro óbitos por dengue e dois por chikungunya no estado.
A SES reforça que os cuidados diários da população continuam indispensáveis, como a eliminação de recipientes que possam acumular água e servir de criadouro do mosquito. A pasta orienta ainda que, ao apresentar sintomas suspeitos, o cidadão procure imediatamente uma unidade de saúde para receber diagnóstico e acompanhamento adequados, evitando complicações.
Fonte: Repórter PB
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