Comissão de Pele do Hospital de Trauma de João Pessoa reforça importância do atendimento humanizado

Durante o mês dedicado à valorização dos profissionais de enfermagem, o Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, unidade do Governo da Paraíba em João Pessoa, se destaca não apenas pela excelência técnica, mas também pela redução das infecções e pelo cuidado humanizado oferecido aos pacientes. Os resultados refletem o elevado nível de comprometimento da Comissão de Pele, responsável mensalmente, por mais de cinco mil curativos especializados a pacientes imobilizados, politraumatizados ou com longos períodos de internação.

De acordo com o coordenador da Comissão de Pele, Alisson Menezes, o grupo atua na prevenção, identificação e tratamento de lesões cutâneas, além do acompanhamento contínuo dos curativos cirúrgicos. “Nosso papel é essencial na promoção da integridade da pele, especialmente em pacientes em situação de maior vulnerabilidade, como acamados ou com mobilidade reduzida. É um trabalho que alia técnica, segurança e acolhimento, reforçando o compromisso da nossa unidade com uma assistência de excelência”, destacou.

O principal objetivo da comissão é preservar a integridade da pele desde o primeiro contato com o paciente, por meio da identificação precoce dos riscos, orientações, padronização de protocolos e desenvolvimento de um plano de cuidado integrado. Esse trabalho é realizado de forma conjunta com as equipes de ortopedia, infectologia e cirurgia plástica, especialmente nos casos de pacientes submetidos a procedimentos de reconstrução ortopédica.

A técnica de enfermagem Tatiana Brust, que atua há oito anos na Comissão de Pele, explica que o trabalho é desenvolvido de forma criteriosa e individualizada. “Nossa equipe é composta por enfermeiros e técnicos especializados em curativos especiais e de alta complexidade. Diariamente, fazemos avaliações clínicas detalhadas, selecionando os produtos e as técnicas mais adequadas para cada tipo de ferida e monitorando a evolução do tratamento. Também classificamos as lesões e acompanhamos tudo de perto, garantindo um cuidado contínuo e de qualidade”, explicou.

Um dos grandes diferenciais da Comissão de Pele é o olhar atento e humanizado que permeia cada etapa do atendimento. O coordenador Alisson Menezes ressalta que esse cuidado vai além dos procedimentos técnicos e se reflete em pequenos gestos que fazem a diferença. “Desde o conforto oferecido no momento do curativo até ações de acolhimento, como os desenhos de corações feitos nas coberturas, tudo é pensado para promover bem-estar. Esse cuidado não apenas acolhe, mas também impacta diretamente na redução das infecções, favorecendo uma recuperação mais rápida e eficiente para que o paciente possa retornar à sua rotina o quanto antes”, enfatizou.

Alguns pacientes, especialmente aqueles em tratamento de infecções como a osteomielite, que exige, no mínimo, três semanas de antibioticoterapia, acabam precisando de um tempo maior de internação. Nesses casos, o cuidado emocional é fundamental. “A gente procura abraçar esses pacientes da melhor forma, com uma palavra amiga, uma conversa, levando leveza para o dia deles. Durante os curativos, fazemos desenhos nas coberturas: corações, carinhas sorrindo, arco-íris, sóis, e eles simplesmente adoram. Isso faz muita diferença no processo de recuperação”, comentou Tatiana.

Entre os desafios assistenciais da Comissão de Pele também estão os cuidados com pacientes que utilizam fixadores externos, como o Ilizarov, um dispositivo ortopédico utilizado no tratamento de fraturas complexas, alongamento ósseo e correções de deformidades. Um desses pacientes é George de Freitas, que está internado há 17 dias após um acidente de moto. “O trabalho da Comissão é incrível. Mesmo em uma situação dolorosa como a que estou vivendo, quando elas chegam, me fazem sorrir e até esqueço da dor. Quando desenham na minha perna, me sinto acolhido e amado”, revelou emocionado.

O corpo de profissionais da Comissão de Pele é formado por seis equipes, compostas por enfermeiros e técnicos de enfermagem, que atuam nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), enfermarias, unidades de semi-intensiva, ambulatório e no acompanhamento de pacientes com casos complexos de reconstrução ortopédica e tratamento de infecções. O trabalho da comissão é, sem dúvida, um exemplo de como a técnica aliada à empatia e ao cuidado humanizado transforma realidades, promove saúde e devolve dignidade aos pacientes.

Fonte: Repórter PB