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Contag movimenta bilhões sob suspeita de irregularidades e ligações políticas com o PT, diz Estadão

Em abril de 2025, por exemplo, R$ 46,4 milhões foram depositados em um curto intervalo de tempo

Da Redação Repórter PB

03/10/2025 às 15:04

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Imagem Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag)

Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) ‧ Foto: Ricardo Stuckert/PR

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Segundo o Estadão, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), investigada em esquemas de descontos ilegais a beneficiários do INSS, é alvo de questionamentos após movimentar R$ 2 bilhões em apenas um ano. O dado consta em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), entregue à CPMI do INSS, e reforça suspeitas de desvio de recursos e operações incompatíveis com a realidade financeira da entidade.

O relatório aponta que parte das transações ocorreu de forma “incompatível com a declaração de rendimentos” e incluiu operações “em regiões de fronteira, sem vínculo comercial aparente”. Entre os locais citados estão Rodeio Bonito (RS), Cruzeiro do Sul (AC) e Tangará da Serra (MT). Embora não sejam vizinhos imediatos de países estrangeiros, os municípios ficam em áreas consideradas sensíveis do ponto de vista financeiro.

A análise do Coaf cita ainda movimentações “muito acima do declarado” e indícios de transações com terceiros sem relação comercial identificada. Em abril de 2025, por exemplo, R$ 46,4 milhões foram depositados em um curto intervalo de tempo. Também foram detectadas operações de “cheques viagem”, um sistema de pagamentos utilizado em transações internacionais, sem justificativa clara para a entidade.

A Polícia Federal já havia deflagrado em abril a Operação Sem Desconto, que mira sindicatos rurais suspeitos de fraudes em cobranças sobre benefícios previdenciários. A Contag, fundada nos anos 1960, aparece como uma das principais investigadas. Dados da Controladoria-Geral da União (CGU) apontam que, entre 2016 e janeiro de 2025, a confederação arrecadou R$ 3,4 bilhões em descontos associados.

O histórico da entidade evidencia sua proximidade com o Partido dos Trabalhadores (PT). Ex-dirigentes ocupam cargos no partido, e o ex-presidente da Contag, Aristides Veras, é irmão do deputado federal Carlos Veras (PT-PE), atual primeiro-secretário da Câmara. O relatório ressalta que a ligação política levanta dúvidas sobre o uso dos recursos e a influência partidária sobre o sindicato.

Em 2023, a receita oficial da Contag foi de R$ 507 milhões. No entanto, o Coaf identificou que só entre maio de 2024 e maio de 2025, os valores movimentados superaram quatro vezes essa média, alcançando R$ 2 bilhões — sendo R$ 1,017 bilhão em receitas e R$ 1,015 bilhão em pagamentos.

Procurada, a Contag não se manifestou até a publicação desta reportagem. Enquanto isso, investigações avançam sob a suspeita de que parte das transações possa configurar fraude e desvio de finalidade, com impactos diretos sobre milhares de beneficiários do INSS.

Fonte: hora brasilia

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