11/08/2025 às 08:36
Sem “plano B” para a crise de hospedagem, o governo federal confirmou que a COP 30, conferência mundial do clima marcada para novembro em Belém (PA), não será transferida para outra cidade. A escassez de acomodações e os preços inflacionados — com diárias chegando a ser 15 vezes superiores ao normal — levaram à contratação de navios de cruzeiro como hotéis flutuantes, em operação que pode custar até R$ 263 milhões aos cofres públicos.
Três embarcações foram alugadas: MSC Seaview, MSC Cruzeiros e Costa Diadema, da Costa Cruzeiros, somando 3,9 mil cabines e mais de 6 mil leitos. Segundo o contrato, coordenado pela Embratur em parceria com a Secretaria Extraordinária da COP 30, o valor inclui uma “garantia pública” de R$ 259 milhões para cobrir riscos financeiros caso as cabines não sejam totalmente ocupadas. Na prática, o governo Lula assume o compromisso de pagar a diferença com dinheiro público se a venda ficar abaixo do esperado.
A medida foi anunciada em meio à pressão internacional de países como Canadá, Alemanha, Suíça e China, que enviaram comunicados ao governo brasileiro criticando os preços abusivos praticados em Belém, com diárias de hotéis chegando a US$ 700 (R$ 3,8 mil). Delegações alertaram que os custos colocam em risco a participação de países em desenvolvimento. Para mitigar a crise, o governo também firmou convênios com a plataforma Airbnb, planeja transformar escolas em hostels e cogita usar imóveis do Minha Casa Minha Vida.
A expectativa é receber cerca de 50 mil visitantes durante o evento, mas a capital paraense possui apenas 20 mil leitos formais. Além das cabines nos navios, cerca de 500 acomodações serão reservadas a países menos desenvolvidos, com diárias subsidiadas de até US$ 220 (R$ 1,2 mil), enquanto demais delegações pagarão até US$ 600 (R$ 3,3 mil). As embarcações ficarão atracadas no Terminal Portuário de Outeiro, cuja revitalização também foi custeada com recursos da Itaipu Binacional.
Fonte: hora brasilia
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