Sousa/PB -

Extras

Na CPMI, "Careca do INSS" nega envolvimento em descontos indevidos

Rádio Agência

25/09/2025 às 14:43

Tamanho da Fonte

Logo no começo do depoimento, Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, negou que suas empresas tivessem qualquer envolvimento com descontos irregulares e aposentadorias e pensões. Ele disse que nunca teve relação com o governo em qualquer esfera ou com o setor público e que sempre atuou no setor privado, prestando serviço para as associações. E que nunca teve qualquer interferência no sistema da Previdência Social:

"A minha empresa sempre prestou o serviço às associações, tendo como destinatário final um aposentado associado, mas sem qualquer ingerência ou responsabilidade sobre os descontos incidentes em seus benefícios previdenciários. Tais descontos eram realizados diretamente pelas associações. Assim, caso algum aposentado tenha sofrido os descontos indevidos, a responsabilidade a ser apurada recaí sobre as associações que eventualmente promoveram a inclusão dessas pessoas em seus quadros associativos e sem a devida anuência e jamais sobre a minha empresa."

Mas, antes disso, ele se preocupou em esclarecer o apelido que recebeu e pelo qual ficou conhecido. Afirmou que, quem criou essa denominação foi o advogado Eli Cohen, autor de denúncias de descontos indevidos e que prestou depoimento à CPI no início do mês:

"Hoje terei a oportunidade de mostrar que jamais fui esse personagem fictício, o chamado 'Careca do INSS', rótulo criado por o senhor Eli Cohen, que induziram pessoas de bem, veículos de comunicação respeitados, profissionais de imprensa e toda a sociedade a acreditar em uma narrativa fantasiosa."

Ia tudo bem, até que ao final da fala inicial, o Careca do INSS afirmou que não iria responder às perguntas do relator, o deputado Alfredo Gaspar, do União de Alagoas, porque o parlamentar, em um outro depoimento à CPI, tinha chamado ele de ladrão:

"Ou seja, o relator já me julgou e condenou sem sequer me ouvir e por isso não responderei as perguntas de sua Vossa Excelência. Tal conduta, segundo meus patronos, revela a quebra da imparcialidade que se espera de um agente público responsável pela apuração de eventual infração penal."

E aí, foi aquela confusão. O advogado querendo pedir fala, presidente suspendendo a reunião por alguns minutos, todo mundo em pé e falando ao mesmo tempo… Até que, por fim, o relator falou:

"Não vai ser a voz deste parlamentar que nenhum advogado pago com dinheiro roubado do povo brasileiro." 

E aí, começaram as perguntas. O relator sempre chamando o depoente de "Careca do INSS”. Perguntas sobre movimentação financeira, como por exemplo, os R$ 12 milhões que movimentou no intervalo de 150 dias e o crescimento patrimonial. Segundo o relator, entre abril e julho do ano passado, teve um acréscimo patrimonial de R$ 14 milhões. Perguntas que ficaram sem resposta na CPI mista.

Mas antes do depoimento, os parlamentares aprovaram alguns requerimentos. Entre eles, o pedido de prisão preventiva e de quebra de sigilo bancário e fiscal de Nelson Wilians Fratoni Rodrigues, advogado ligado ao empresário Maurício Camisotti, investigado também por participação no esquema.

Na semana passada, Nelson Wilians prestou depoimento protegido por um habeas corpus, se recusou a assinar o termo de compromisso com a verdade e negou qualquer envolvimento nas irregularidades.

4:11

Continuar lendo ...
Ads 728x90

QR Code

Para ler no celular, basta apontar a câmera