01/09/2025 às 16:20
A queda do dólar, o tarifaço e a taxa de juros elevada explicam a queda nos preços e nas expectativas de inflação deste ano, segundo especialistas.
O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (1) pelo Banco Central, trouxe o 14º corte seguido na projeção. Agora, a previsão é que a inflação termine o ano a 4,85%.
O professor de economia da Universidade Federal de Minas Gerais, Mauro Sayar, vê impacto dos juros elevados sobre a inflação. E destacou também a desvalorização do dólar frente ao real.
“Vem contribuindo bastante, e vai continuar contribuindo, até o final do ano, início do ano que vem, pra uma aceleração na queda da inflação. Os agentes basicamente, tão refletindo esses movimentos e também, com a própria sinalização do banco Central, de que iria manter a taxa de juros num território restritivo, até que conseguisse domar as expectativas”.
O professor Cesar Bergo, da UnB, lembrou, também, da redução nos preços dos alimentos.
“Com a queda dos alimentos, inclusive também influenciado pelo tarifaço, porque muitos desses produtos vão ser vendidos aqui dentro do Brasil, como ovos, carne, outros produtos, como frutas também, isso vai ajudar bastante, pra que os alimentos continuem contribuindo para a queda da inflação. O dólar caindo, também influencia preço do combustível, do trigo”.
O Focus manteve mais uma vez a previsão da taxa básica de juros, a Selic, no patamar atual de 15% ao ano, uma das mais altas do mundo.
Apesar das incertezas, em especial por causa dos Estados Unidos, Cesar Bergo espera uma boa notícia no fim do ano.
“O Banco Central vem agindo tecnicamente e apostando exatamente que essa taxa elevada vai contribuir pra redução dos preços, o que pode estar acontecendo, influenciando, sim, mas eu acredito que até no final do ano, talvez na última reunião do Copom, nós teremos uma boa surpresa, talvez com uma redução na taxa Selic”.
Já o professor Mauro Sayar acredita em cautela para uma redução nos juros, já que o tarifaço é um elemento de risco.
“Eu acho que o risco exige cautela. Esse que vai ser o recado final. Ao menos que se observe, a partir desse movimento, já alguma queda mais acelerada do IPCA, por causa do excesso de oferta de alguns produtos. Mas eu acho que ainda não está muito forte isso nos dados, não”.
Ainda segundo o Boletim Focus, a economia deve crescer 2,19% em 2025. E o dólar deve terminar o ano a R$ 5,56.
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