29/07/2025 às 16:45
A operação faz parte do Projeto Do Mangue ao Mar e se estenderá até setembro deste ano. Até agora, a limpeza foi feita em 13 hectares: quatro na Baía de Guanabara e nove em Sepetiba.
A ilha é chamada assim por concentrar plásticos, pneus, sofás e outros dejetos. Até o momento, foram retirados 42.886 quilos de resíduos. Participaram 84 pescadores e catadores de três comunidades do entorno (Saracuruna/Caxias, Suruí e Guia de Pacobaíba/Magé).
>> Siga o perfil da Agência Brasil no Instagram
Na Baía de Sepetiba, a ação acontece na Ilha da Madeira, também na Região Metropolitana. Foram coletados 3.177 quilos de resíduos, com participação de 21 caiçaras.
A operação também garante renda extra aos pescadores e catadores durante o período de defeso do caranguejo-uçá, de outubro a dezembro, quando é proibida a captura do crustáceo. A atividade é uma das principais fontes de renda para comunidades tradicionais pesqueiras. Quem participa da coleta recebe uma bolsa-auxílio, que é custeada pela Transpetro.
“Com a retirada desse lixo dos manguezais, estamos contribuindo para que o ambiente realize os seus serviços ecossistêmicos de forma mais eficiente, fomentando a sociobiodiversidade. E, utilizando a mão de obra dos pescadores e catadores de caranguejo, também contribuímos com a socioeconomia”, disse o gerente operacional do Projeto Do Mangue ao Mar, Rodrigo Gaião.
Os materiais mais encontrados na operação foram:
A limpeza dos manguezais da Baía de Guanabara foi idealizada pelo catador de caranguejo Adílio Campos, da Ilha de Itaoca, em 2001, e se tornou uma ação contínua da ONG Guardiões do Mar.
De acordo com o presidente da ONG, Pedro Belga, a limpeza garante maior segurança aos pescadores e catadores de caranguejo nos manguezais, por causa da retirada de materiais como ferro, seringas, vidros e itens cortantes, que podem ocasionar graves acidentes.
“Muito além de catar lixo, são disseminados conhecimentos e promovidas boas práticas para esta parcela da sociedade que entende, na prática, que o manguezal, além da importância ambiental, é sua principal fonte de renda. Sem mangue, sem peixe”, disse Pedro Belga.
“Poucos imaginam, mas é enorme a quantidade de vida que ainda existe aqui. Temos colhereiros-rosas, golfinhos, lontras. Todos dependem de nós e nós deles. Por isso não desistimos”, disse Alaido Malafaia, da Cooperativa Manguezal Fluminense.
O presidente da Associação de Catadores de Caranguejo de Magé (ACCAM), Rafael dos Santos, destaca ainda que as ações de limpeza impactam o turismo de base comunitária.
Continuar lendo ...“É muito importante quando o manguezal se encontra digno para receber visitantes interessados em apreciar as espécies, como o caranguejo-uçá. Essa limpeza realizada pela Guardiões do Mar não tira só o lixo grande, mas também o microlixo, e vai no profundo do manguezal, sendo muito importante para mostrar a situação, o respeito que temos e a grande relevância desse ecossistema”, disse o presidente.
Para ler no celular, basta apontar a câmera