Novo acordo do Rio Doce prevê R$ 3,7 bi para pescadores e agricultores

O presidente Lula afirmou, nesta sexta-feira (11), que vai brigar em todas as esferas possíveis contra as tarifas americanas. A declaração vem um dia após Donald Trump anunciar taxas de 50% sobre produtos brasileiros.

“Vou tentar brigar em todas as esferas, para que não venha a taxação. Vou brigar na OMC, vou conversar com meus companheiros do Brics. Agora, se não tiver jeito, no papo, no tête-à-tête, nós vamos estabelecer a reciprocidade. Taxou aqui, a gente taxa lá”.

Lula ainda criticou a justificativa de Trump, que apontou déficit americano no comércio com Brasil e pediu que o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, por golpe, de estado fosse encerrado.

“Se o Trump fosse brasileiro, ele fizesse aqui o que fez nos Estados Unidos, ele também ia ser preso. Porque o poder Judiciário é autônomo. Não tem como eu interferir na Suprema Corte. Não, ele vai ser julgado com base nos autos”.

Lula foi a Linhares, no Espírito Santo, para anunciar o início pagamento de R$ 3,7 bilhões para pescadores e agricultores, dentro do novo acordo do Rio Doce.

Cerca de 22 mil pescadores e 13,5 mil agricultores, em 49 municípios do Espírito Santo e de Minas Gerais, vão receber por quatro anos.

A agricultora familiar Ana Paula Ramos, da Associação Mulheres do Cacau, diz que a tragédia contaminou a terra em que vive, o que prejudica a produção e aumenta os custos.

“Foi tirado de nós o maior pertencimento, que foi a nossa terra. Eu sou produtora de cacau, pequena agricultora, mas a última análise de solo, deram quatro metais pesados. É dinheiro que a gente tem que desembolsar por conta de um crime”.

O PTR, Programa de Transferência de Renda Rural e Pesca, prevê um salário mínimo e meio por mês durante três anos, e um salário mínimo mensal no quarto ano.