15/05/2025 às 15:18
Os frigoríficos dos estados da Amazônia que assinaram o Termo de Ajustamento de Conduta da Carne Legal, se comprometendo em evitar, entre outras coisas, o comércio de animais criados em áreas com desmatamento ilegal, e que contrataram auditorias independentes, registram apenas 4% de irregularidades nas suas operações. Por outro lado, aqueles que não assinaram o termo apresentaram um índice de 52% de irregularidades, ou seja, 13 vezes maior.
As auditorias, apresentadas nessa quarta-feira (14/5), analisaram o cumprimento de critérios socioambientais por 89 frigoríficos, em seis estados, nas compras de gado realizadas em 2022.
No Pará, por exemplo, o estado com maior número de frigoríficos com acordos firmados, 15 concluíram o processo de auditoria, além de um frigorífico que não havia sido convocado, representando mais de 80% do volume estadual. Nessas empresas, o índice de irregularidades foi menos de 9%. Já entre as empresas sem auditoria, chegou a quase 60% de irregularidades.
Os procuradores também revelaram dados sobre o monitoramento de fornecedores indiretos. Nas análises realizadas entre 2020 e 2021 foi constatado que 38% do gado de fornecedores indiretos estava em conformidade; 27% tinha potencial de não-conformidade; e 35% não tinha correspondência com o Cadastro Ambiental Rural. Ou seja, gado de área de desmatamento, com embargo, em áreas protegidas e associado a trabalho escravo.
Para ampliar a adesão aos compromissos por parte dos frigoríficos, o MPF vai pedir aos órgãos ambientais fiscalização prioritária das empresas sem auditoria, além de desenvolver um protocolo para rastrear fornecedores indiretos de carne.
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