Sousa/PB - 
14/09/2025 às 07:45
As articulações eleitorais de 2026 na Paraíba vêm repercutindo em Brasília e ajudando a travar a pauta da anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a outros condenados pelos atos de 8 de janeiro. O deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da bancada na Câmara, tem conduzido conversas com o PT Nacional para firmar alianças locais que podem impactar diretamente sua posição sobre o tema.
Segundo fontes políticas, Motta estaria costurando um acordo que prevê apoio conjunto à candidatura do vice-governador Lucas Ribeiro (PP) ao governo estadual e ao nome do prefeito de Patos, Nabor Wanderley (Republicanos), ao Senado — considerado o projeto prioritário da família para 2026.
Esse alinhamento com o PT explicaria a postura de cautela adotada por Motta em relação à anistia. Pesquisas recentes indicam que a popularidade do presidente Lula (PT) na Paraíba permanece alta, o que gera receio de comprometer alianças locais caso o parlamentar se posicione em defesa de Bolsonaro.
Nesta semana, Motta reforçou o tom de prudência ao afirmar que “não há previsão nem de pauta e nem de relator” para a proposta da anistia. A sinalização é de que, sob sua gestão, o tema não deverá avançar no curto prazo, ao menos enquanto as negociações regionais seguem em curso.
Enquanto isso, o PT da Paraíba passa por uma reorganização interna. A deputada estadual Cida Ramos assumiu neste sábado (13) a presidência estadual do partido. Em seu discurso, defendeu a ampliação do palanque para Lula nas eleições de 2026 e destacou que o objetivo central da legenda será repetir e ampliar a votação de 2022, quando o presidente venceu em todos os municípios paraibanos.
“Na Paraíba temos um povo resistente. Nossa tarefa maior será erguer um grande palanque para Lula. Quem estiver com Lula estará conosco”, declarou Cida.
Por ora, o único pré-candidato a governador que assumiu publicamente o compromisso de dar palanque para Lula foi o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos). Já Lucas Ribeiro, embora manifeste disposição de apoio, depende da definição sobre o comando da federação União Progressista na Paraíba, disputada entre os Ribeiro e os Morais, ligados ao senador Efraim Filho, pré-candidato ao governo no campo bolsonarista.
O movimento de Hugo Motta mostra como a política local da Paraíba está entrelaçada com as grandes decisões nacionais. Ao mesmo tempo em que busca garantir o futuro político da família no Estado, o deputado adota uma postura de espera em Brasília, que pode manter a anistia a Bolsonaro fora da pauta por tempo indeterminado.
Fonte: Repórter PB
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