30/05/2025 às 15:04
Em meio a um cenário de crescente tensão entre os poderes em Brasília, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), usou sua participação no II Encontro de Vereadores da Paraíba, realizado nesta sexta-feira (30), em João Pessoa, para fazer duras críticas à condução política e fiscal do governo federal. Alcolumbre classificou algumas decisões recentes do Executivo como tentativas de "usurpação" das prerrogativas do Congresso Nacional.
O evento, sediado no Centro de Convenções da capital paraibana, reuniu parlamentares de todo o estado e contou também com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Nos bastidores, o encontro ocorre em meio a um clima carregado por disputas entre as lideranças do Legislativo e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O estopim da crise institucional atual está relacionado à possível elevação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), cogitada pelo governo como parte de um novo pacote de ajuste fiscal. A proposta provocou reação imediata de ambas as casas legislativas. Em resposta, Alcolumbre e Motta deram um ultimato de 10 dias à equipe econômica para apresentar alternativas que preservem os direitos do Congresso e não penalizem ainda mais a população.
“Não vamos permitir que o Executivo, liderado pelo presidente Lula, usurpe os poderes do Congresso Nacional com medidas amargas contra a população, sem antes fazer o dever de casa e enxugar a máquina pública”, disparou Alcolumbre, em discurso aplaudido por vereadores e lideranças municipais.
O senador foi ainda mais incisivo ao afirmar que o Congresso não abrirá mão de suas atribuições constitucionais:
“Como presidente do Senado e do Congresso Nacional, eu vou defender todas as atribuições estabelecidas na Constituição.”
Com o tom político subindo de temperatura, a expectativa agora se volta para reuniões previstas nos próximos dias entre os líderes do Congresso e o Ministério da Fazenda. O objetivo será tentar uma saída negociada, sobretudo quanto ao IOF, mas sem descartar a possibilidade de revisão mais ampla das medidas de ajuste fiscal.
Fonte: Repórter PB
Para ler no celular, basta apontar a câmera