
29/10/2025 às 13:38
O tradicional aumento nas contratações de fim de ano deve ser mais tímido em 2025, especialmente entre os micro e pequenos empreendedores. É o que revela um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), realizado em parceria com a Offerwise Pesquisas.
Segundo o estudo, 59% das empresas brasileiras afirmam que não pretendem contratar novos funcionários para o período, e a maior resistência vem dos pequenos negócios — especialmente os que possuem até quatro colaboradores, entre os quais 65% descartam novas admissões.
Em contrapartida, as empresas de médio e grande porte mostram maior otimismo: 56% delas planejam reforçar as equipes para o aumento da demanda típico de datas como Black Friday e Natal.
Cautela e custos pesam sobre os pequenos
A pesquisa indica que os pequenos empreendedores ainda enfrentam instabilidade financeira, pressão de custos fixos e alta carga tributária, fatores que reduzem a capacidade de investimento em mão de obra temporária.
Entre os que não devem contratar, 41% afirmam não esperar aumento suficiente nas vendas, 32% citam a instabilidade econômica, 19% dizem não ter verba disponível e 12% apontam os encargos trabalhistas como entrave.
Esses números reforçam a dificuldade dos pequenos negócios em competir com estruturas maiores, que possuem mais fôlego financeiro e acesso a crédito para aproveitar o aumento no consumo.
Mercado deve abrir 118 mil vagas no país
Mesmo com o freio puxado pelos pequenos, o estudo estima a criação de cerca de 118 mil vagas no comércio e serviços em todo o país neste fim de ano — cerca de 8 mil a mais que em 2024. A maioria das oportunidades se concentra em funções como vendedor (31%), recepcionista (11%), balconista e ajudante (6%).
Ainda assim, muitos microempreendedores individuais (MEIs) e lojistas de menor porte devem optar por manter equipes reduzidas, compensando a alta de demanda com horas extras e reorganização interna.
Um alerta para o varejo e para o governo
O levantamento aponta um movimento desigual no mercado: enquanto as grandes empresas impulsionam as contratações, os pequenos negócios continuam travados. Especialistas defendem que o cenário reforça a necessidade de políticas de estímulo, crédito acessível e simplificação tributária, para que os micro e pequenos empreendedores consigam aproveitar melhor o aquecimento do consumo no segundo semestre.
Fonte: Repórter PB
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