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Articulação de Hugo Motta revoga reajuste do IOF e expõe crise com Planalto

A votação escancarou a fragilidade do governo federal na articulação política

Da Redação Repórter PB

25/06/2025 às 21:51

Imagem Hugo Motta, e Lula

Hugo Motta, e Lula ‧ Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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O Congresso Nacional protagonizou, nesta quarta-feira (25), mais um capítulo de tensão entre o Palácio do Planalto e o Legislativo. Deputados e senadores aprovaram, com ampla maioria, um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que anula os reajustes recentes nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), impostos pelo Executivo.

A medida representa uma derrota direta para o governo Lula (PT), que buscava reforçar a arrecadação como parte da estratégia para cumprir a meta de déficit zero em 2025. No entanto, a reação do Congresso mostrou força: o texto passou na Câmara com 383 votos favoráveis e 98 contrários, e teve aprovação simbólica no Senado, com oposição apenas do PT e do senador Weverton Rocha (PDT-MA).

A derrubada da medida fiscal foi articulada nos bastidores pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que manteve a votação mesmo em um cenário de quórum reduzido. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), seguiu a mesma linha e garantiu a deliberação rápida no mesmo dia.

O PDL, relatado pelo deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), revoga os decretos que aumentavam o IOF sobre crédito, câmbio e seguros. Apesar de o governo já ter recuado parcialmente em alguns pontos, o Congresso optou por revogar integralmente os reajustes, sob o argumento de que o aumento penalizaria setores produtivos e impactaria diretamente a população.

A votação escancarou a fragilidade do governo federal na articulação política. A tentativa do Executivo de conter o rombo fiscal tem enfrentado resistência do Congresso, que rejeita novas taxações sem contrapartidas claras. A resposta do Planalto foi acelerar a liberação de emendas parlamentares — até agora, os empenhos já ultrapassam R$ 1,7 bilhão.

Mesmo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendendo o equilíbrio fiscal e o controle de gastos públicos, o clima no Legislativo é de insatisfação com a condução política do governo.

Fonte: Repórter PB

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