
04/12/2025 às 14:00
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (4/12), a Operação Mors Futuri, para desarticular grupos suspeitos de estruturar instituições financeiras clandestinas voltadas à captação irregular de recursos de investidores, com indícios de crimes contra o sistema financeiro nacional, o mercado de capitais, estelionato, organização criminosa e crimes contra a economia popular.
Durante a ação, são cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em Curitiba/PR, expedidos pela Justiça Federal, em residências e empresas ligadas aos investigados, além de medidas de sequestro e bloqueio de bens e valores. As ordens judiciais incluem bloqueio de ativos financeiros que podem chegar a cerca de R$ 66 milhões, bem como o sequestro de imóveis e veículos de alto valor, com o objetivo de garantir futuro ressarcimento às vítimas.
As investigações apontam que os grupos utilizavam empresas supostamente vinculadas à área de tecnologia e um banco digital para captar poupança popular, oferecendo contratos de investimento com promessa de rentabilidade fixa, baixo risco e acima da média de mercado. Aos investidores, os investigados afirmavam que realizavam operações no mercado financeiro com os recursos aportados, inclusive em plataformas e ativos de renda variável, como forma de justificar os ganhos prometidos. Em alguns casos, a captação era vinculada contratualmente a alegados algoritmos e programas de “inteligência artificial” para operações financeiras.
As empresas utilizadas e o referido banco digital não possuíam autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Banco Central do Brasil (BACEN) para atuar como instituições financeiras ou realizar a oferta pública de tais serviços de investimento. Recentemente, seus responsáveis teriam deixado de prestar contas, interrompido os pagamentos e passado a ocultar informações e patrimônio. As diligências dão conta de que os grupos chegaram a movimentar, através do sistema financeiro nacional, mais de R$ 1 bilhão.
Um dos investigados, apontado como principal articulador dos esquemas, teve prisão preventiva decretada pela Justiça Federal, por ter empreendido fuga após o colapso das fraudes. As investigações apuraram que o indivíduo, dias antes da cessação dos pagamentos, efetuou transferências na ordem de R$ 10 milhões com o fim de garantir o proveito dos crimes cometidos. Constatou-se que o investigado pode ter se evadido do território nacional, estando atualmente em local incerto e não sabido, razão pela qual o Poder Judiciário também autorizou a inclusão da ordem de prisão na Difusão Vermelha da Interpol.
Os envolvidos poderão responder, na medida de suas participações, por crimes contra o sistema financeiro nacional, crimes contra o mercado de capitais, estelionato, crimes contra a economia popular, organização criminosa e lavagem de dinheiro, sem prejuízo de outras infrações que venham a ser apuradas no curso da investigação.
Fonte: Repórter PB
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