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Organizações da sociedade civil repudiam operação no Rio de Janeiro

Rádio Agência

29/10/2025 às 16:56

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Trinta organizações da sociedade civil manifestaram repúdio contra a operação realizada nesta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. Entre elas estão a Anistia Internacional, o Observatório de Favelas, a Justiça Global e o Instituto Sou da Paz.

Na carta coletiva divulgada pelas instituições, a ação é classificada como uma matança produzida pelo Estado brasileiro e um desrespeito à legalidade e aos direitos humanos. As organizações também afirmam que há uma atuação seletiva da política de segurança pública do estado, dirigida contra as populações negras e empobrecidas.

Moradores criticam operação

Nas ruas, muitos moradores de comunidades reafirmam o que é dito no documento, como o advogado Albino Pereira, morador do Morro da Providência, comunidade localizada na região central:

“Me lembrou muito a chacina de Vigário Geral, mas multiplicada por quatro. Chegou um aqui sem cabeça. A cabeça chegou dentro de um saco, foi decapitado. Então, isso aqui foi um extermínio”.

Já a confeiteira Tauan Brito estava abalada com a morte do filho:

“Eu só quero tirar meu filho daqui e enterrar, sabe por quê? Não vai dar em nada. A verdade é essa. Não vai dar em nada, porque aqui tem um montão de gente chorando, mas lá fora tem um montão de gente aplaudindo isso aí que eles fizeram. Isso aí foi uma chacina”.

O jornalista e ativista Rene Silva, fundador do jornal Voz das Comunidades, do Complexo do Alemão, também se manifestou nas redes sociais:

“Há exatamente 15 anos atrás, durante a ocupação do Complexo do Alemão, em novembro de 2010, nós estávamos vivendo esse mesmo momento, com repercussão internacional, todo mundo da comunidade reunido, vários corpos estirados pela comunidade, 15 anos atrás”.

No comunicado, as organizações destacaram ainda que ações como essa aprofundam a insegurança e o medo, instalam o pânico, interrompem o cotidiano de milhares de famílias, impedem crianças de ir à escola e impõem o terror como expressão de poder estatal.

Secretário nega chacina

De acordo com o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, em entrevista nesta quarta-feira (29), a operação não foi uma chacina, que significa morte ilegal. Segundo ele, a operação foi legítima, para o cumprimento de mandados de apreensão e prisão.

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