15/09/2025 às 11:33
Praticamente um mês depois da morte do gari Laudemir de Sousa Fernandes, baleado enquanto trabalhava, a Polícia Civil concluiu o inquérito e o Ministério Público formalizou a denúncia contra o gestor de negócios Renê da Silva Nogueira Júnior por homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, meio que impossibilitou a defesa da vítima e perigo comum, e também pelos crimes de porte legal de arma de fogo, ameaça e fraude processual. O caso gerou grande comoção e repercussão.
Porém, apesar da rapidez na conclusão das investigações e da denúncia à justiça, o processo deve se prolongar por vários meses. Segundo o promotor de justiça do 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, Cláudio Barros, nos processos que envolvem homicídios há várias etapas antes de uma decisão final.
“Nesse primeiro momento, oferecida a denúncia, cabe agora ao poder Judiciário apreciar, saber se é o caso de recebimento da denúncia. Na sequência, inicia-se, se assim for o caso, recebida a denúncia, a primeira etapa desse procedimento, que é dividido em duas etapas. Ao final desse primeiro procedimento, em que são ouvidas testemunhas, tanto do Ministério Público como da defesa, o Judiciário poderá, se assim entender ao final, decidir pela submissão do acusado ao julgamento pelo tribunal do júri, o chamado tribunal popular.”
A delegada da Polícia Civil Ana Paula Lamego, esposa de Renê, foi indiciada pelos crimes de negligência e prevaricação, pois a arma usada no crime está registrada em nome dela e ela não teria tomado nenhuma medida ao ser informada pelo marido do disparo logo após o crime. O Ministério Público solicitou o desmembramento do inquérito e propôs um acordo de persecução penal, já que as penas previstas pelos crimes não chegam a quatro anos de prisão.
O crime aconteceu em 11 de agosto no bairro Bela Vista, região oeste do Belo Horizonte. Conforme a denúncia, o gestor teria se irritado quando o caminhão de coleta de lixo teria bloqueado parcialmente a rua e ameaçou a motorista do veículo. Mesmo depois de a passagem ter sido liberada e o suspeito passar com o carro, ele desembarcou, sacou uma arma e atirou na direção dos garis. Laudemir foi atingido na barriga. Foi socorrido por uma equipe do SAMU, mas não resistiu. O autor fugiu do local, mas foi preso horas depois pela polícia militar em uma academia na região leste. Posteriormente, ele confessou o crime. As defesas de Renê e de Ana Paula ainda não se manifestaram sobre as denúncias.
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