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Lula cobra nova governança mundial, que efetive política climática

Rádio Agência

22/08/2025 às 16:19

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Se não houver uma nova governança mundial, não conseguiremos implementar uma nova política climática. Essa é a avaliação do Presidente Lula, durante o discurso nesta sexta-feira (22), na quinta Cúpula de Presidentes dos Estados Partes do Tratado de Cooperação Amazônica, em Bogotá, capital da Colômbia.

A declaração do presidente brasileiro é uma crítica ao pouco compromisso de alguns países com as mudanças climáticas, e também à falta de uma entidade internacional que faça os acordos serem cumpridos.  

“Muito já foi negociado, mas pouco foi cumprido. Precisamos de uma nova governança mundial. Se a ONU é o lugar que criamos para tratar dos temas mais importantes da humanidade, é lá que a mudança do clima deve estar. Vamos trabalhar para que se crie um conselho de clima capaz de mobilizar os países a efetivarem seus compromissos. Se a gente não tiver uma nova governança mundial, a gente não conseguirá implementar uma nova política climática. Porque é preciso ter alguém que tenha autoridade para coordenar, para fazer cumprir as decisões que nós tomamos”.

COP30 e cumprimento de medidas

Diante dos líderes de países amazônicos, Lula foi enfático ao cobrar que as medidas adotadas em acordos internacionais sejam cumpridas. Como é o caso da COP30, que vai ser sediada em novembro, no Brasil, em Belém do Pará. O presidente brasileiro disse que vai ser a COP da verdade, e que, na ocasião, quer saber quem se compromete em tirar os acordos do papel. 

“É importante que a gente tenha clareza de como é que a gente vai se portar nessa COP e que é preciso que aqueles que acham que é preciso, de toda forma, manter a floresta de pé, ajude a pagar pra que a gente possa manter a floresta de pé. Se cada país fizer a sua parte, é possível que a gente chegue lá. Mas se a gente ficar apenas achando que os países ricos vão chegar na Amazônia, vão ter dó da gente, e vai dar dinheiro, não vão dar.”

Bogotá, 22/08/2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro dos Presidentes dos Estados Partes do Tratado de Cooperação Amazônica com a Sociedade Civil e Comunidades Indígenas, no Plaza de Armas. Foto: Ricardo Stuckert/PR Bogotá, 22/08/2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro dos Presidentes dos Estados Partes do Tratado de Cooperação Amazônica com a Sociedade Civil e Comunidades Indígenas, no Plaza de Armas. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Encontro dos Presidentes dos Estados Partes do Tratado de Cooperação Amazônica, por Ricardo Stuckert/PR

Nesse ponto, Lula criticou os países ricos que não cumprem os acordos de financiamento para países em desenvolvimento, e defendeu a importância de se cumprir o que for acordado na COP3O como forma de fazer valer todo o investimento no evento mundial.  

“Nós estamos propondo um fundo pra manter as florestas em pé, que eu quero ver qual é o país que quer contribuir pra gente manter. A gente tem que manter a floresta em pé e os trabalhadores que moram lá, os indígenas, vivos. Porque se não é importante a gente fazer outra coisa, do que gastar uma fortuna pra fazer a COP e depois o resultado é quase zero. Seria mais fácil fazer a COP num país rico. A gente tá fazendo na Amazônia. Não é como Paris, não é como Dubai, não vai ser num lugar chique desses. É a Amazônia.”

Acordo de Paris e soberania 

Lula também criticou a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, que tem medidas fundamentais para o combate às mudanças climáticas. Sem mencionar o país norte-americano, o presidente brasileiro criticou o uso de pretextos internacionais para alguns países atacarem a soberania de outros.  

“Há muito tempo que os países ricos nos acusam de não cuidar da floresta. Aqueles que poluíram o planeta tentam impor modelos que não nos serve. Utilizam a luta contra o desmatamento como justificativa para o protecionismo. Usam o combate ao crime organizado como pretexto para violar nossa soberania.”

A Cúpula de Presidentes dos Estados Partes do Tratado de Cooperação Amazônica desta sexta ocorreu na Casa de Nariño, que é a sede e residência do presidente colombiano Gustavo Petro. No mesmo evento, o Brasil apresentou uma declaração em busca de apoio dos países amazônicos à proposta do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que busca financiar a conservação das florestas de países em desenvolvimento. O governo estima um fundo com cerca de 125 bilhões de dólares.  

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