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Mães de vítimas da Chacina de Osasco fazem ato em memória dos jovens

Rádio Agência

16/08/2025 às 08:15

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A Chacina de Osasco, Itapevi e Barueri, ocorrida em agosto de 2015, completou dez anos esta semana. E para marcar a data, mães e familiares das vítimas realizam neste sábado (16) um ato em memória dos 19 jovens mortos por agentes de segurança do Estado, na noite de 13 de agosto de 2015, na divisa entre os municípios de Osasco e Barueri.

Os crimes ocorreram nos municípios de Barueri, Osasco e Itapevi, em um raio de 7 quilômetros, entre às 21h às 23h daquela noite. Do total de 19 mortes, 15 ocorreram em Osasco, três em Barueri e uma em Itapevi.

Os assassinatos praticados por policiais foram uma vingança pelas mortes de um policial militar e de um guarda-civil metropolitano ocorridas dias antes. Nenhuma das vítimas tinha relação com as mortes dos agentes.

Muitas foram atingidas quando estavam a caminho de casa ou em bares. Foi o caso do pintor Fernando Luís de Paula, de 34 anos, que parou em um bar e foi alvejado no rosto. No mesmo local, dez pessoas foram baleadas por policiais e oito morreram

Mãe de Fernando, dona Zilda de Paula, não teve tempo de viver o luto. Na última década, ela virou uma liderança não só na comunidade em que vive, mas para diversas outras mães que tiveram seus filhos assassinados em todo o país. 

Presidenta do Movimento Mães de Osasco e Barueri e da Associação 13 de Agosto, dona Zilda permanece, junto com outras mães, denunciando a impunidade e a violência de Estado.

“É um desafio. Eles parecem que desafiam a gente. Eu nem fico aqui nos barzinhos, porque eles passam direto. Eu fiquei pra expurgo de bandido”

A política de extermínio que matou Fernando, Igor, Letícia e tantos outros jovens assassinados na chacina de Osasco repete uma prática comum de impunidade quando o tema é a violência praticada por agentes de segurança no Brasil, afirma Gabriella de Biaggi, doutoranda em Geografia Humana e pesquisadora do Centro de Memória Urbana da Unifesp.

“A Chacina de Osasco e Barueri continua sendo a maior chacina que a gente tem registro no estado de São Paulo. E, nesse caso, algo que é marcante é o fato de envolve tanto policiais militares quanto civis, que atuavam como seguranças privados. Então, aconteceu essa vingança completamente desproporcional, de propósito. É algo que a gente vê nas chacinas do Brasil. Elas operam com esse excesso de violência”.

As investigações iniciais da Polícia Civil identificaram oito agentes envolvidos. Quatro foram inocentados por falta de provas e quatro condenados a penas superiores a 100 anos de prisão. 

Em 2021, um novo julgamento absolveu o policial militar Victor Cristilder e o guarda civil municipal Sérgio Manhanhã. Em 2023, Cristilder foi reintegrado à PM.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que o inquérito policial instaurado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa para investigar o caso foi concluído em dezembro do mesmo ano

O ato em memória às vítimas da Chacina de Osasco, Itapevi e Barueri acontece neste sábado, a partir das 14h, no bairro Jardim Munhoz, em Osasco.

*Com colaborações de Elaine Cruz e Carolina Pavanelli

3:31

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