05/08/2025 às 15:46
O Banco Central afirmou, nesta terça-feira (5), que a política econômica dos Estados Unidos deixa o cenário mais incerto e adverso.
Segundo o BC, a elevação das tarifas comerciais para o Brasil tem impactos setoriais relevantes e efeitos ainda desconhecidos a depender de como serão os próximos passos da negociação e da percepção de risco.
As informações estão na Ata do Comitê de Política Monetária.
O Comitê reforça a postura de cautela e diz acompanhar com particular atenção os anúncios americanos e os possíveis impactos sobre a economia real e sobre os ativos financeiros.
O economista César Bergo avalia a decisão do BC.
“Impacta diretamente o setor de agronegócio, que é um setor que tava apresentando um bom desempenho. E, mesmo tendo voltado atrás em algumas taxações, deixando cerca de 700 produtos fora, o governo americano mantém, ainda, sob uma elevada taxa, 3 mil produtos. Então, isso pode, de fato, ter um efeito na economia brasileira, sobretudo na questão da atividade econômica. Isso o Banco Central está ponderando para efeito de estabelecimento da sua politica monetária”.
O Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 15% ao ano.
Segundo o Comitê, a decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta. Implica também em reduzir as flutuações econômicas e garantir o nível de atividade econômica e estimular a criação de emprego.
O economista César Bergo considera a manutenção da Selic natural.
“O cenário doméstico ainda se apresenta resiliente à questão da inflação, sobretudo na questão de serviços. O mercado de trabalho está ainda aquecido. Mas já mostra algum tipo de alívio. Portanto, o BC vai mantar a taxa de juros elevadas em função dessas questões internacionais e domésticas, mas a tendência é que a inflação mostre um recuo, sobretudo na questão de alimentos. E a energia elétrica também pode contribuir a partir de setembro, questão do transporte também, dólar tá caindo”.
O Banco Central considera que o cenário atual é marcado por elevada incerteza e exige cautela na condução da política monetária.
Mas não descarta a possibilidade de parar de aumentar a taxa de juros mais cedo do que o planejado.
O motivo é dar tempo para analisar os efeitos que os aumentos de juros já realizados tiveram na economia.
No entanto, o Comitê alerta que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado.
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