23/07/2025 às 17:40
Uma em cada 23 adolescentes, entre 15 e 19 anos, é mãe a cada ano. O estudo, sobre a maternidade na adolescência, é do Centro Internacional de Equidade em Saúde da Universidade Federal de Pelotas.
Entre 2020 e 2022, mais de 1 milhão de jovens nessa faixa etária tiveram filhos. Entre meninas de 10 a 14 anos, o número passou de 49 mil.
Importante lembrar que, de acordo com a legislação, nessa faixa etária mais jovem, qualquer gestação é considerada resultado de estupro de vulnerável.
A pesquisa calculou a taxa de fecundidade entre adolescentes nos mais de 5,5 mil municípios brasileiros. A conclusão é que uma em cada cinco cidades tem taxas comparáveis a dos países mais pobres.
Já a taxa nacional de fecundidade na adolescência é quase o dobro dos países de renda média-alta, e muito superior a dos países parceiros no Brics, como Rússia, Índia e China.
O líder do estudo, Aluísio Barros, explicou que, por trás da média nacional, os resultados apontam uma falha sistêmica.
Enquanto 76% das cidades da região Norte se enquadram na faixa de fecundidade, em adolescentes, de países de baixa-renda, no Sudeste, a proporção é de apenas 5%.
Segundo Barros, a gravidez na adolescência não é uma escolha, mas o desfecho de "privação e falta de oportunidades". Ainda de acordo com o pesquisador, o país "está falhando em proteger suas jovens" e são necessárias políticas públicas que ataquem as causas básicas do problema, como a pobreza, evasão escolar e falta de acesso a serviços.
A pesquisa sobre gravidez na adolescência foi destaque no Observatório da Saúde Pública, que monitora e dá visibilidade às disparidades de saúde no país.
*Com informações da Agência Brasil.
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