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Pesquisa analisa dificuldades enfrentadas por mães com deficiência

Rádio Agência

14/07/2025 às 19:38

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Se ser mãe já é um desafio, imagine quando essa mulher tem alguma deficiência. Para analisar o grau e os tipos de dificuldades que essas mães passam, uma pesquisa do Instituto Fernandes Figueira parte do pressuposto de que a invisibilidade e a negação de direitos das mulheres com deficiência, especialmente no que diz respeito à maternidade, podem se traduzir em violações e em violência nos serviços de saúde. 

A autora da pesquisa, a enfermeira obstétrica do instituto, Fernanda Morais, explica que a violência obstétrica, quando direcionada a mães com deficiência, conta com um agravante, o capacitismo: 

“A gente até cunhou o termo capacitismo obstétrico, que é uma violência obstétrica dirigida às mulheres com deficiência. Então, as pessoas tendem a desmerecer como ela vai cuidar dessa criança. Por exemplo, uma mulher com deficiência visual. Existe todo um preconceito, em vez de perguntar se precisa de ajuda ou como pode ajudar.” 

Ainda de acordo com a pesquisa, em 2022, o Brasil contava com 14,4 milhões de pessoas com deficiência, sendo 8,3 milhões mulheres e 6,1 milhões homens. O número representa 8,1% da população feminina total e 6,4% da masculina. Fernanda Morais alega que essas mulheres têm que provar a todo tempo o seu valor e diz que elas são capazes de lidar com os desafios da maternidade:

“Prejulgam, por exemplo, uma incapacidade para o parto por conta de uma deficiência motora, uma incapacidade de gestar, como se as pessoas com deficiência fossem seres assexuados. Já vão perguntado, por exemplo, se foi vítima de violência sexual, não considerando que aquela pessoa se apaixonou por alguém e decidiu, planejou, aquela gestação.” 

Mães como a médica radiologista Lorena Amaral, diagnosticada com poucos meses de vida com osteogênese imperfeita, doença caracterizada pela fragilidade dos ossos. Ela fala do principal desafio e de como leva a maternidade da pequena Antonella, de seis anos. A gravidez foi planejada graças à fertilização in vitro, que, por meio da manipulação de genes, possibilitou que a criança nascesse sem a condição genética dos pais. 

“Hoje em dia, acho que a minha maior dificuldade na maternidade é que as pessoas me reconheçam como capaz e como mãe. Eu trabalho com ela na escola, a gente se expõe muito, a gente sai muito com ela, a gente viaja muito só nós três. Eu tento muito colocar na cabeça dela que eu consigo fazer tudo o que qualquer outra mãe faz”, destaca a médica.

Lorena conta que o pai da Antonella, que também tem a doença, dá todo o suporte e avalia que a filha lida bem com a questão de ter pais PCDs, já que se se tornou propagadora de pautas inclusivas na escola.

Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência

Neste mês, celebra-se os dez anos da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que reforça que essas pessoas têm direito a uma vida digna e igualitária, com oportunidades de participação plena e efetiva na sociedade.

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