25/06/2025 às 17:10
Começou nesta quarta-feira (25), no Rio de Janeiro, a 12ª edição do Global Fact, a maior conferência de checagem de fatos do mundo. O evento acontece na Fundação Getúlio Vargas e tem o objetivo de compartilhar experiências e ferramentas que contribuam para melhorar a qualidade do debate público e promover processos para aumentar o impacto da verificação de fatos e o combate à desinformação.
Pela primeira vez no Brasil, o encontro tem apoio de iniciativas jornalísticas de checagem de fatos, entre elas, Estadão Verifica, Lupa e UOL Confere, além de cobertura oficial da EBC, através da Agência Brasil, TV Brasil e Rádio Nacional.
Durante a abertura do evento, o diretor-presidente da EBC, Jean Lima, mencionou o papel desempenhado pela empresa no combate à desinformação, que, segundo ele, é uma estratégia política de manipulação.
“A desinformação hoje também é um método político, principalmente da extrema direita, que usa a desinformação pra proliferação de método político pra desestabilizar as democracias. Uma outra consequência da desinformação é a tentativa de descredibilização das instituições, como a Justiça Eleitoral e o SUS”.
A presidente do TSE e ministra do STF, Carmen Lúcia, que participou remotamente do evento, avaliou que a democracia está fundada em uma relação de confiança entre as partes envolvidas, mas que, atualmente, as fake news são usadas como forma de promover violência e polarização.
“Tomo pra mim que o modelo de mundo acabou, e neste outro, há espaços, ambientes e aplicações capazes de matar pessoas sem precisar de armas físicas, visíveis, palpáveis por meio de atuações que deixam no anonimato criminosos de toda a natureza, inclusive aqueles que tentam matar as democracias”.
Outra participação virtual foi a do ministro do STF Alexandre de Moraes, que afirmou que as redes sociais não são neutras, tem ideologia e interesse econômico. O magistrado demonstrou ceticismo sobre a autorregulamentação das redes.
“Num estado de direito nós temos que fazer o que todas as democracias ocidentais sempre fizeram quando novos grupos de pressão e de poder apareceram: uma regulamentação. A auto regulação se mostrou falida. Então, nós temos que aplicar o que se aplica no mundo real: liberdade de expressão, mas liberdade com responsabilidade”.
Até sexta-feira (27), os participantes do Global Fact vão realizar painéis e workshops sobre os desafios da checagem de fatos no contexto da transformação digital e em redes sociais, além de discutir outros temas de interesse público.
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